Mijadinha Ecológica

A prática, em si, não é nova. Todo mundo a faz - ou costumeiramente, ou esporadicamente. É um daqueles pequenos tabus caseiros, não se pergunta a respeito dele, não se comenta sobre, nunca foi recomendado aos filhos que não o praticassem, finge-se que não existe.
É a relaxante urinada que se dá durante o banho, geralmente no início dele, quando o cair da água do chuveiro estimula que mais água venha abaixo, libera a micção. 
Há os que mijam diretamente no ralo, e acredito que componham a maioria, há os que aproveitam o jato de urina para ir empurrando pequenos detritos para o ralo, restos de espuma do banho anterior, fios de cabelo etc.
Quando eu era criança, transformava a pistola numa verdadeira pistola d´água, mijava tentando acertar aqueles mosquitinhos comuns aos boxes de banheiro, uns bem miudinhos, cinzentos. Parei com isso. Não porque eu não seja mais criança, mas porque aqueles mosquitinhos há muito sumiram de meu banheiro.
Bom, se o ato é dos mais comuns e antigos, um vereador propor publicamente que ele seja estimulado entre a população, até onde eu saiba, é fato inédito.
É exatamente esta a sugestão do vereador Bert Wassink, do partido ecológico GroenLinks, da cidade de Drenthe, Países Baixos. Ele quer inserir sua proposta dentro do projeto maior de sustentabilidade e economia de água, carro-chefe da prefeitura de seu município para o ano de 2013.
Urinar durante o banho leva a uma economia de água e de dinheiro. "Se você combina banho e urina, economiza bastante água e dinheiro. Então por que não?", pergunta Bert, e aproveitou para se declarar um antigo adepto do esporte.
É a mijada sustentável! É o mijão politicamente correto! E eu? Que sou ecológico e nem sabia? Puta que o pariu!!!
Só acho que o cartaz acima, o símbolo da campanha de Bert, precisa ser um pouco melhorado. Fica parecendo que o cara tá mijando embaixo de poste de iluminação pública, não de um chuveiro; o que, confesso, também já fiz várias vezes, naqueles madrugadões, as ruas agradavelmente desertas, voltando para casa meio bêbado.
E se formos pensar bem, a mijada num poste, árvore, pneu de carro, banca de jornais etc, guarda, igualmente, um aspecto ecológico. A urina vai, escorre, volta para a natureza, rega as plantas, ajuda a reabastecer os lençóis freáticos, seus compostos nitrogenados são reciclados pelas bactérias. 
O Marreta apoia a iniciativa do nobre edil.

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2 Comentários

  1. Azarão, tô contigo e não abro. Numa dessas madrugadas cheguei em casa após sorver duas ou três latinhas de cerveja de segunda linha, com tremenda vontade de urinar e não daria tempo de chegar até o banheiro. Há uma arvorezinha, mudinha em formação, nas proximidades, acerola, a qual estava caquética. Tasquei-lhe todo o líquido septuagenário, regando bem todas as folhas, depositando o restante no entorno da raiz. Passados alguns dias verifiquei que se encontrava bela e formosa e seu crescimento otimizado. A partir daí, sem que a patroa percebesse, senão viraria aquela confusão, urino nas flores do meu jardim, as tais de maria sem vergonha, as quais, nunca estiveram tão belas.
    Abraços.

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    1. Gostei de seu comentário, Reclamão. Continue a mijar em suas plantinhas, elas agradecem, é nitrogênio puro para elas.
      Septuagenário e ainda tomando umas e mijando escondido da patroa?
      Parabéns.

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