NOTURNO

E uma luz azul, natimorta, 
Parida de uma tela, transistores e chips, 
Bombardeia sua face. 
E arremessa a imagem dela às minhas retinas, 
Menos face que disfarce: 
Lânguida 
Leucêmica 
Lívida 
Longínqua 
Lúgubre. 
Face que seria muito mais 
Sã 
Sexy 
Siciliana 
Sobeja 
Sua 
Afagada fosse por tépido clarão 
De chama de vela de sebo de carneiro.
 
Vivemos sob sóis e sofreguidões diferentes. 
Mas o pau ainda sobe 
E seu universo ainda me acolhe.      

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