Eu, Extinto Farol De Alexandria

Quando partes,
Uma esquadra de estrofes à vela
Me arrebenta o tórax
E zarpa em viagem contigo.
A te fazer escolta contra as lulas gigantes,
Contra os abismos desse nosso mundo não-esférico.

Quando voltas,
Vens perfumada com a essência da rosa dos ventos,
Trazes médicos persas para me curar,
Uma bússola de bronze para o meu peito,
Especiarias, anilinas lunares
E panapanás sob suas saias.

Há muito te foste,
E a te seguir
Foram meu céu de anis-estrelado,
Minha garrafa de absinto com meu gênio a habitá-la
E meu travesseiro de penas de fênix
(Minhas coisas preferem a ti. Pudera...já que são partes de mim.
A parte que podes levar contigo).

Não há notícias do teu retorno.
Vago pela orla pedregosa de um mar gelado sem vagas,
Firo meus pés no cascalho em lascas.
Eviscerado, toco uma desafinada harpa em minhas costelas.
Estou sem rimas para te ventar de volta,
Sem querosene nem óleo de baleia para me incendiar,
Fazer-me em teu farol.

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