Da Merda, Vieste. À Merda, Tornarás.

Detesto aquele papo doutrinário, chegando às raias do fundamentalismo, dos ecochatos: ecologistas, ambientalistas, biólogos sem serviço, artistas engajados e biscataiada em geral.
Totalmente despropositado isso de ficar condenando ao inferno o cara que não tá afim de separar o lixo, o cara que não compra detergente biodegrádavel, que deixa lá a sua torneirinha aberta enquanto escova os dentes, que está no quarto e deixa a luz da cozinha acesa, que continua usando sacolas plásticas de supermercado, e que se recusa a aderir a inúmeras outras "soluções" para salvar o planeta, quando o buraco, na verdade, é bem mais embaixo. Será que nenhum desses ecopentelhos têm carro? Será que todos andam a pé ou de bicicleta? Então vão todos tomar em vossos cus verdes.
Mas o fato é que, independente dos ecomalas, os recursos naturais são finitos. Um dia vão mesmo acabar. Portanto, enquanto o ser humano não for capaz de colonizar outros planetas (como os europeus fizeram com as Américas na época dos descobrimentos), o negócio é reaproveitar tudo o que for possível.
Inclusive a merda humana.
Sim, a merda humana já é insumo de muitas atividades econômicas.
Duzentos milhões de camponeses, especialmente da Ásia, são responsáveis pela produção de 10% de todo o alimento mundial, e irrigam e fertilizam suas culturas com esgoto cru. Cada tonelada de merda humana tem 6 quilos de nitrogênio, 2,5 de fósforo, 4,2 de potássio, entre outros macronutrientes.
Quinze milhões de lares na China rural conectam suas privadas a um biodigestor e poucas horas depois de terem dado a descarga, podem cozinhar seu almoço.
A Alemanha já transforma 60% de suas fezes à base de chucrute em energia.
Na Suécia já há carros movidos a merda; a cidade de Linköping transforma todo o esgoto de seus habitantes no biogás que movimenta os 64 ônibus do lugar e também o primeiro trem impulsionado a bosta do planeta, que tem autonomia de 600 quilômetros.
No Reino Unido, 70% do lodo de esgoto tratado vai para a agricultura, e só não dá para substituir todo o fertilizante artificial por merda porque não produzimos o suficiente, garantem os técnicos da empresa responsável pelo tratamento do lodo.
Aliás, é do Reino Unido a possível utilização mais sui generis da merda reciclada. A empresa britânica Thames Water, responsável pela limpeza do rio Tâmisa, afirma que da merda - que tem cerca de 4% de gordura - é possível produzir batons e outros cosméticos de alta qualidade.
Puta que o pariu!!!
Cada privada de uma casa é um verdadeiro pré-sal de cocô.
Mas vejam só que mundo é esse...
Um mundo cheio de injustiças, desigualdades, iniquidades...
E, logo, logo, um mundo onde não haverá diferença entre beijar uma boca ou lamber um cu.

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