Disque-Chupeta

O brasileiro é lúdico! E, principalmente, um grandessíssimo filho da puta. O brasileiro não é Zorra Total ou Porta dos Fundos. O brasileiro é A Praça é Nossa, é a Escolinha do Professor Raimundo, é Os Trapalhões, da década de 1970. Não é Paulo Gustavo nem Marcelo Adnet nem (arghhh!!!) Gregório Duvivier. O brasileiro é Costinha e Ari Toledo, é Agildo Ribeiro e Paulo Silvino, é Zé Bonitinho e Zé Trindade ("eu prego fogo").
Dia dos Pais. Fomos pra casa da sogra (nesse caso, pelo sogro), em Passos - MG. No meio do caminho, em São Sebastião do Paraíso, costumeiramente, paramos num posto/churrascaria na beira da estrada, comprar um pão de queijo e dar uma mijadinha.
Ao lado do vaso sanitário, há uma caixa retangular de metal, aparafusada à parede, trancada à chave e tudo, que guarda o rolo de papel higiênico. Em cima da caixa, preta, algum gaiato escreveu com uma caneta prateada: Chupeta (35) 99851- xxxx.
Certamente, o telefone de algum amigo, algum camarada do cara. Sacanagem das mais bem sacadas. E saudáveis,  entre amigos. O legítimo  humor brasileiro. Ainda que nunca ninguém ligue para o número atrás de um chupisco, o cara que escreveu riu de se cagar, sozinho, só de ter tido e executado a ideia.


Borrei digitalmente os últimos quatro dígitos do número para não expor o boqueteiro. Se alguém ligar para o boquinha de veludo atrás de seus serviços e disser que conseguiu o contato no banheiro de um posto, tá tudo certo. Se disser que conseguiu no blog tal, corro risco de processo.
Mas talvez - aliás, o mais provável - o maior FDP da história seja eu mesmo, minha cabeça suja, pornográfica e que só vê maldade em tudo.
Vai ver que a tal chupeta nada tenha a ver com as famosas cabeçada no céu da boca, bolada no queixo e umbigada na testa.
Como se trata de um posto/restaurante, o estabelecimento é parada quase que obrigatória de turistas e caminhoneiros. Não raro, esses veículos podem arriar suas baterias e precisarem de uma recarga rápida, de emergência,  a famosa chupeta.
Aí, é só ligar para o número em questão. 
Claro que só pode ser isso. Só pode ser. Em que mundo sórdido e perverso eu penso que vivemos?

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2 Comentários

  1. Como o brasileiro tem bom coração, acredito que é uma oferta generosa dupla: o motorista ganha uma chupeta enquanto a bateria recarrega na outra.

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  2. Outro dia eu rolei de rir assistindo ao programa "Que história é essa, Porchat?" Uma das convidadas só pode ser comediante! Quando o Porchat perguntou o que cada convidado queria escrito em sua lápide, a louca disse: "Tentaram me derrubar, mas se esqueceram de que boqueteira de respeito trabalha ajoelhada". Todo mundo cagou de rir e ela completou: "é assim que eu envergonho minha família". Figuraça!

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