Não é possível domá-la.
Pôr-lhe cabresto,
Ou usá-la com moderação.
A alma,
Não há como adestrá-la,
Como ensiná-la a fazer as suas necessidades
Só na caixa de areia
Ou no jornal no banheirinho dos fundos.
Se torna-se,
A alma,
Incompatível e entrave para a vida,
Livre até do livre-arbítrio de quem a possui e carrega,
Inútil tentar uma conciliação,
Uma guarda compartilhada do corpo :
A alma não conhece nem trabalha com meios-termos.
Castramo-nos da alma,
Então.
E passamos os restos de nossos dias,
Gatos gordos e caseiros,
Os desejos em lockdown,
Sonhando com poentes púrpuras,
Com a Lua Cheia lactante e eriçada,
Com os telhados no cio :
Com as bolas que nos foram arrancadas.
4 Comentários
Bacanaço! Gostei da "Lua Cheia lactante e eriçada", bela e sugestiva imagem. Pode até ser erro de interpretação, mas o que me ocorreu foi a imagem de belos seios "túrgidos" e de bicos crispados.
ResponderExcluirInterpretou acertadamente, meu caro, mui acertadamente!
ExcluirE apesar do comentário ser anônimo - pode até ser um erro meu de interpretação -, o bacanaço acho que te entregou!
Sabe como é, eu quero preservar as minhas bolas DENTRO do saco!
ExcluirNo que faz bem, faz muito bem.
ExcluirMas quanto à vigilância matrimonial, tem uma coisa que eu sempre estive para perguntar e sempre acabo esquecendo : a sua digníssima comete o desatino de ler o Marreta vez ou outra?
Aliás, duas perguntas : sendo ela professora (acho até que você já me disse que disciplina ela lecionava, mas eu esqueci), ela nunca quis escrever nada para publicar lá no Blogson?