Meu amigo Jotabê, o Sumo Pontífice do Blogson Crusoe, a quem só conheço através do citado blog, de quem só sei o que ele se dispõe a lá revelar, parece-me ser um sujeito polido e cortês no seu dia a dia com as pessoas. Um sujeito sem muitas arestas no trato social. Não que ele não tenha vontade de, vez em quando, chutar o pau da barraca, de mandar tudo à merda, mas tenho cá para mim que ele se contém. Claro que posso estar errado, mas tenho a impressão de que, muito mais que polido, Jotabê é contido. Não me parece também ser dado a extremismos; se possui algum, tem a decência de guardá-lo só para si, como todos nós, inclusive eu, deveríamos fazer.
Porém, e posso estar enganado de novo, creio ter sentido uma certa intranquilidade em Jotabê em sua postagem PREGO!, a respeito da nomeação de vários militares para cargos de primeiro, segundo e terceiro escalões do governo Bolsonaro. Talvez um pé atrás, uma pulga atrás da orelha, pelo fato da farda verde-oliva estar a substituir ternos Armani. Talvez, repito.
Jotabê um pouco que tenta explicar, mesmo justificar as escolhas de Bolsonaro - e talvez abrandar algum medo e desconfiança de futuras segundas intenções do Presidente - se valendo de duas frases clichês : “O
hábito do cachimbo faz a boca torta”; e "Para quem só sabe usar martelo, todo
problema é um prego”. Frases bem empregadas e adequadas à situação.
Cercamo-nos do que conhecemos; é fato. Militar de formação, nada mais natural que Bolsonaro se apoie e se escude em acessores militares. É o meio em que cresceu, em que foi formado, que respeita. Lula, durante os seus quatro mandatos presidenciais, bandido e quadrilheiro que sempre foi, não se cercou de terroristas e criminosos da pior estirpe? Pois então.
Resolvi, então, dar uma pesquisada nos nomes dos ministros de Bolsonaro para confirmar, ou desfazer, ou, pelo menos, mitigar, a aparentemente leve e sob controle desconfiança/paranoia de Jotabê a respeito de possíveis e escusos planos presidenciais.
O resultado de minha breve pesquisa, surpreendeu-me. A composição ministerial do governo Bolsonaro, creio eu, é algo inédito na história do Brasil. Pois não é que cada pasta ministerial tem um ministro especialista em sua respectiva área de atuação?
O resultado de minha pesquisa, mais que estranheza e desconfiança, causou-me, num primeiro momento, incredulidade. Ministros especialistas nas áreas técnicas em que irão atuar? No Brasil? Onde estão as câmeras escondidas?
Eis uma parcial de minha pesquisa:
Ministro da Defesa : Fernando Azeredo e Silva; general
Ministro da Economia : Paulo Guedes; economista
Ministro da Ciência e Tecnologia : Marcos Pontes; cientista e astronauta
Ministro da Saúde : Luiz Henrique Mandetta; médico
Ministro das Relações Exteriores : Ernesto Araújo, diplomata
Ministra da Agricultura : Tereza Cristina; engenheira agrônoma
Ministro do Gabinete de Segurança : Augusto Heleno; general
Ministro da Educação : Ricardo Vélez Rodriguez; professor e Mestre
Ministro da Infraestrutura : Tarcísio Gomes de Freitas; engenheiro
Ministro da Justiça e Segurança Pública : Sérgio Moro; juiz federal
Ministro da CGU : Wagner Rosário; auditor
Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos : bom, ninguém é perfeito, né?
E não tinha que ser sempre assim? Que ter sido sempre assim?
1 Comentários
Você fez uma boa análise do que sou ou aparento ser. Realmente, eu sou “o” cortês, o gente fina, o inofensivo. Por isso mesmo, o predileto de dez entre dez velhinhas e velhinhos (já fui mais). Mas se quiser saber o resto, só no Blogson, porque resposta grande vira post!
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