O Chupa-Cobras

O infausto se deu com um humilde agricultor da Índia, na cordilheira do Himalaia. O cara foi dar uma mijadinha no mato e acabou sendo mordido por uma cobra. No pé? No tornozelo? Na batata da perna? Porra nenhuma. No pau. É o rock das cobras. O que é que essas cobras tão fazendo aí no chão? Invejo-te, Raul. Viveste em tempos muito mais simples.
O agricultor, de 46 anos, só procurou por ajuda médica quando a dor ficou insuportável, três horas depois da mordida. Os médicos que o atenderam relatam que havia várias bolhas necrosadas em volta da região mordida, ou seja, no pescoço da girafa.
O lavrador correu sérios riscos de perder o cacete, mas conseguiu descrever a cobra para os médicos, que a identificaram como sendo uma víbora levantina, possibilitando a imediata aplicação do antídoto específico. Levantina? Duvido que o pau do cara vá levantar de novo.
Após três dias de internação, o camponês teve alta médica; agora, se o pau do sujeito vai voltar a ter altas, ou se só baixas, só o tempo dirá.
Quanto à cobra, ela passa bem, aliás, ele, era um macho da espécie. Passa bem, mas depois de ter pago um boquete para o agricultor, todo o ninho de cobras o está chamando de o chupa-cobras.
Mordida de cobra no pau pode ser novidade lá no Himalaia, mas não tem nada de novo ou surpreendente em terras tupiniquins. Eu mesmo já vivenciei uma situação parecida.
Há alguns anos, estávamos, eu e meu amigo Fernandão, a pescar. Quero dizer, eu estava a pescar, porque eu nunca vi ninguém pior de anzol que o Fernandão; eu ainda fisgo lá uns lambaris, umas tilápias, o Fernandão, nem galho de árvore. Estávamos, então, a pescar e a tomar umas cervejas, quando o Fernandão precisou ir tirar a água do joelho. Se afastou de onde estávamos, procurou uma moita mais reservada, subiu numa pedra para ficar mais alto do chão e evitar que o cabeço do pau ralasse na terra e começou a mijar. Uma urutu-cruzeiro, de quase uns dois metros de comprimento, que por ali passava, sentiu-se ameaçada pela monstruosidade que viu e atacou, deu uma peçonhenta abocanhada no cabeçote de meu amigo. O Fernandão chegou até mim apavorado : "Azar, Azar, pega a porra do meu celular e liga pro pronto-socorro". Peguei o telefone, liguei para o 192, relatei a situação e perguntei sobre como agir. O médico, do outro lado da linha, disse que o ideal seria a imediata administração do soro antiofídico específico (como se eu não soubesse), mas que na impossibilidade de tal, eu poderia realizar um procedimento de emergência, prestar um primeiro-socorro e, então, levar a vítima ao hospital mais próximo, o mais rápido possível. "E que procedimento seria esse?", perguntei eu ao esculápio? "Você vai, põe a boca na região mordida e suga tudo o que puder, pra tirar o máximo de veneno que conseguir e assim retardar a ação proteolítica e neurológica da peçonha."  Agradeci, desliguei o telefone e voltei até onde estava o meu amigo, rolando de dor no chão. "E aí Azar, o que o médico falou?" Respondi : "que você vai morrer!"
Eis a víbora levantina. Agora, a cobra do Fernandão, que me desculpem as leitoras do Marreta e o ex-boiola, eu não vou mostrar.

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9 Comentários

  1. Porrrrraaaaaaaaaaaaaaaa,
    depois que eu li o texto todo, vc vem me dizer que matou a cobra, mas não mostra o pau... Mas uhh caraiu, melhor dizendo, não né... KKKKKKK
    "J"

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  2. sair mostrando a cobra sem mais nem menos pode ser exibicionismo. Mostrar a cobra dos outros, se ela precisa de pinça para ser vista, é sadismo.

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  3. Mostra, mestre Marreta, mostra.
    Ex-boiola.

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  4. É, mostra, mostra!
    ex-gay

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    1. Vixe! Eu achava que o ex-boiola e o ex-gay fossem a mesma delicada pessoa. São dois?
      Pãããããta que o pariu!!! Isso aqui tá virando a Gaiola das Loucas.

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  5. Eu tb quero ver!!!!!
    ex-viado

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  6. Acho que entrei no blog do Jean Wiillis (é assim que se escreve? Até no nome é fresco.)
    Mas, ainda acho que o juramento de ética que o fizera como boiólogo não o deixou morrer em dores.
    Abraços.

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    1. Rapaz, ele só não morreu porque é um jegue humano e ele próprio conseguiu succionar o local mordido.
      E boiólogo é a puta que pariu!

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