Igreja Católica Quer Vetar o Sepultamento de Animais de Estimação

O que você acharia de enterrar seu animalzinho de estimação no mesmo jazigo da família? Sepultar aquele poodle chato junto aos seus avós, tios etc?
Confesso que, a mim, a ideia não é das mais naturais, mas até aí o próprio ato de sepultar não é natural, é ritual criado pelo ser humano, e como, hoje em dia, o cachorro está mais que domesticado, está humanizado (ou o ser humano é que está "caninizado", sobretudo no QI), nada mais coerente (dentro da loucura) que as pessoas que tratam seus animaizinhos como se filhos fossem queiram realizar um funeral decente às suas passagens. Ou, morrendo antes de seus bichinhos, queiram revê-los depois, no mundo do além, na barriga dos vermes.
A Câmara Municipal de São Paulo, sempre atenta às necessidades básicas do cidadão, está trabalhando nesse sentido. Tramita um projeto, ainda a ser votado, que autorizaria o sepultamento de cães, gatos e outros animais de estimação onde já se encontram os restos mortais de seus donos. 
Depois de uma vida juntos, dono e bicho (figuras que muitas vezes se confundem, ficando difícil saber quem é o dono de quem e quem é o bicho de quem), separados pela Inclemente da Foice, voltariam a se encontrar num grande petshop do céu. E todos viveriam felizes para sempre, ops, morreriam felizes para sempre, certo?
Não! Não se depender a Igreja Católica, que já não suporta ver a felicidade das pessoas durante a vida (a tudo que dá prazer lhes proíbe), que dirá, então, depois da morte?
A Igreja Católica, entre outras canalhices, é notória especialista em se meter na vida alheia. E não só na de seus fiéis, que esses, por suas burrices e pela preguiça de deixarem de ser burros, bem que merecem ter suas condutas ditadas por outrem, suas intimidades escarafunchadas por deus, ou, dada a inexistência dele, por aqueles que se dizem seus representantes, padres e que tais, os aspones de deus.
A Igreja em tudo se mete, ou quer se meter. 
Vive querendo atravancar o avanço da ciência. Toda nova descoberta científica, sobretudo na área médica, é logo taxada de antiética, antinatural, "contra as coisas de deus", pelo homens da Igreja. 
Também está sempre à espreita para se intrometer no Legislativo da nação. Quer fazer passar leis que estejam de acordo com o que "diz" a Bíblia, e vetar outras que estejam em desacordo com ela, livro que a própria Igreja escreveu, ou, ao menos, editou para as suas conveniências, mutilou partes, desfigurou outras, enxertou a maioria delas.
Querem proibir tudo, desde pesquisas genéticas até o casamento gay, como se só os padres tivessem o direito de serem felizes dando a bunda. A Igreja morre de saudades da Idade Média, quando seu poder se confundia com o do Estado, e mesmo se sobrepunha ao dos reis.
Acharam, então, que ela não iria se meter no reencontro póstumo das pessoas com seus animaizinhos de estimação? É óbvio que iria; como de fato já está.
O projeto nem foi ainda votado e Dom Odilio Sherer já teve um encontro com o prefeito Fernando Haddad, a quem caberá sancionar o projeto depois de sua aprovação.
Aliás, eu nem sei porque um prefeito recebe e dá ouvidos a um religioso : o estado é laico, não tolera (não devia tolerar) intromissões da Igreja. Prefeito, preciso conversar seriamente com o senhor, diz um padre ao telefone; vá para a puta que te pariu, vá cuidar de suas beatas frígidas, deveria o prefeito lhe responder.
Dom Sherer argumenta que a aprovação da lei seria a deflagração de um processo de depreciação da dignidade humana, colocar homens e bichos de estimação no mesmo patamar, palavras dele, "seria inaceitável".
Depreciar a dignidade humana? E o que Dom Sherer chamaria de promovê-la? Torturar e fazer churrasquinho de hereges? Dar apoio tácito, como a Igreja deu, aos regimes totalitaristas da Segunda Guerra Mundial, nazismo e fascismo, sendo que por esse último foi até agraciada, via Tratado de Latrão, com um território próprio, autônomo e soberano, o Vaticano? Enviar missionários à África, o continente mais infectado pela AIDS, para pregarem contra o uso da camisinha, para dizerem que deus é contra os preservativos? Acobertar pedófilo? Esses são os projetos da Igreja Católica em prol da dignidade humana ?
O autor do projeto, o vereador Roberto Trípoli, justifica : "Quando um deles [animais] vem a falecer, além do extremo sofrimento da perda, as pessoas em geral se desesperam sem saber para onde destinar o cadáver".
Além disso, os jazigos são propriedades privadas, a pessoa que compra o espaço pode usá-lo como quiser, o túmulo das pessoas não é de alçada da Igreja. Se ela quiser enterrar um cachorro ali, qual o problema? Tem gente que enterra até a sogra no mesmo túmulo!
Fora a costumeira intolerância, Dom Sherer revela também uma crassa burrice com sua oposição a essa lei. Ele desmerece os cachorros, gatos etc, todos esses, segundo o delírio das religiões, também "filhos de deus". Dom Sherer está a renegar outras criações de seu Criador. 
Às vistas do Criador, isso é classificado como crime hediondo, com pena eterna no Inferno, sem direito a pagamento de fiança nem recurso junto ao Joaquim Barbosa do Céu.
E no Inferno, padre é igual a estuprador quando chega na cadeia, a demoniada e os condenados fazem a festa com o toba dele. Dom Sherer purgará no mesmo caldeirão de enxofre fervente que o Belzebu Pé-de-Mesa.
E não sei o porquê da implicância com essa lei. Os padres também poderão se beneficiar dela, também poderão ser sepultados com seus bichinhos de estimação, os coroinhas, os sacristãos etc, a quem tanto deram amor e carinho em vida, a quem conduziram pelas mãos, a quem tanto deram colo, principalmente.
Dom Odílio Sherer, que, pelo visto, está muito do desocupado, num ócio desgraçado, ele e seu deus. E vejam a cara ruim, de gente frustrada, recalcada, cujo único prazer é impedir o prazer alheio. São os empata-fodas de deus.

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