Cerveja GLS (Ou : o Complô Para o Embichamento do Planeta Continua)

Que há um complô mundial muito bem orquestrado para o embichamento do homem, para o desatarraxar das pregas do gênero masculino do Homo Sapiens, não tenho mais dúvidas.
Substâncias químicas sabidamente afeminantes são adicionadas de propósito aos mais variados alimentos e produtos destinados ao consumo humano; objetivo : reduzir a testosterona do macho, enviadá-lo.
Aqui no blog, já postei vários exemplos desse complô, mais que exemplos : provas cabais de que um embichamento químico vem sendo imposto à população. A quem possa se interessar, lembro de alguns agora : Geração Leite de Soja, A Marreta do Morales, O que é que o cu tem a ver com o saco Eu, o Alfaiate das Coincidências, e outros.
Acontece que, venho percebendo nos últimos tempos, o plano é muito mais sórdido do que pensava, é um projeto muito mais amplo que a simples transformação química, não adianta somente embichar o sujeito, esse é só o primeiro estágio do processo, e o mais fácil; o segundo, mais trabalhoso, é mantê-lo embichado.
Não basta embichar a pessoa, há de se embichar também o seu entorno, para evitar recaídas de macheza do recém-enviadado. Se o cara enviada e continua com os hábitos e atividades de seu tempo de macho, uma recaída é inevitável, só questão de tempo até a sua reprogramação ruir.
Há de se tornar o embichamento não apenas completo, mas também irreversível. A frescura tem que rodeá-lo, tornar-se parte de seu ambiente : nos filmes a que assiste (sempre tem uma bicha engraçada e simpática nos filmes; até cowboys viados já inventaram), nos jornais e revistas que lê (sempre tem alguma notícia a respeito do movimento gay, briga por direitos etc), nas roupas que veste (alguém já tentou, de uns tempos para cá, achar, por exemplo, uma calça jeans de macho, reta, simples, básica, sem botõezinhos brilhantes, bordadinhos e outras firulas? Não existe.), nos hábitos de higiene pessoal (hoje, é "normal" homem se depilar, tirar sobrancelha, fazer limpeza de pele, passar creminho nas mãos, fazer tintura nos cabelos) etc etc.
Há de se criar uma Matrix gay, intrincada e entrelaçada, para que o recém-embichado nunca mais sequer se lembre que um dia foi macho - e ela está sendo criada.
Agora, de uns tempos para cá, um dos últimos emblemas da macheza e virilidade vem sofrendo ataques sutis e sub-reptícios, para desfigurá-lo gradativamente, para também inserí-lo na Matrix GLS, para também enviadá-lo : é a cerveja nossa de cada suado dia.
A cerveja é a bebida do macho por excelência. Amarga, rústica e solitária, a ela nada se acrescenta, nem gelo, a ela nada se combina, nada de suquinhos adocicados, de licorezinhos cremosos, nada de folhinhas de hortelã, de rodelas de abacaxi ou de guarda-chuvinhas a enfeitarem o copo.
Aliás, a verdadeira cerveja nem tem copo próprio para ser servida, vai naquele copo americano mesmo, no copo de requeijão, no de massa de tomate. Ou direto no gargalo. É bebida de ogro, do macho careca e barrigudo, que, não obstante, mantém o pau em riste e sai a comer as bucetinhas sentadas à beira do caminho.
Porém, lentamente, estão submetendo a rude e tosca cerveja a um processo de sofisticação, de suavização, estão tentando transformá-la em mais um item do kit gay, estão tentando levar a cerveja de nossos ancestrais para a "irmandade".
O mais forte indício são as tais cervejas artesanais, das quais já falei na postagem Sommelier de Buceta, que são aquelas cervejas cheias dos guéri-guéris, feitas para paladares sensíveis, para viadinho degustar. Mas vai daí que, por curiosidade, até por ingenuidade, pode acontecer do macho desavisado experimentar uma dessas, e começar a gostar, começar a degustar ao invés de entornar. Aí, já era. É caminho sem volta. Uma vez degustador, as pregas nunca mais voltam ao lugar.
Macho que é macho só conhece um tipo de cerveja : a mais barata! A em oferta no mercado da esquina!
Se o cara começar a dizer de cerveja Ale para cá, cerveja Stout para lá, Irish acolá, podem desconfiar dele. Desconfiar, não! Podem ter certeza : o cara é mais chegado no "casco" escuro que na loira gelada.
Não bastassem as artesanais, cientistas da University of Griffith, na Austrália, garantem ter desenvolvido uma cerveja antirresaca. O cara pode beber à vontade, que nunca correrá o risco de acordar com uma puta duma ressaca, cabeça a martelar, vomitando até as tripas.
A cerveja antirressaca recebeu a adição de minerais como o sódio, o potássio e outros, que se unem numa solução iônica de mesma concentração salina que o corpo humano, impedindo assim a sua desidratação pelo álcool, uma das principais responsáveis pelo gosto de cabo de guarda-chuva na boca. São os mesmos sais usados nas bebidas isotônicas destinadas às práticas esportivas, explicam os australianos.
Pããããããta que o pariu!!! Isso não é cerveja! É gatorade, porra! Aquela bebidinha coloridinha com aroma de frutinha que o viadinho toma na academia, depois de puxar - e também de levar - uns ferros.
Cerveja isotônica!!! Perto disso, até dar o cu fica parecendo coisa de macho!
Quer dizer que o florzinha quer tirar uma de machão, mas não quer o risco de uma dor de cabeça no dia seguinte? E a famosa ardência no cu? Com essa ele não se preocupa, né?
Macho que é macho entorta o caneco sabendo do inimigo à espreita, sabendo que a ressaca poderá estar de tocaia para emboscá-lo ao seu despertar. Macho que é macho não foge da ressaca, enfrenta-a, aprende a se defender dela, desenvolve técnicas para lutar os 12 rounds sem ir a nocaute, caleja o fígado.
Se ainda assim, às vezes, a ressaca lhe pega à traição, macho que é macho não fica tomando analgésicos nem antiácidos, macho que é macho, no máximo, se permite o auxílio luxuoso de um macerado de boldo, planta milagrosa de  nossa farmacopeia, indispensável e obrigatória na casa de todo macho. 
E nem o fato do cara morar em apartamento justifica a ausência do boldo. O boldo é, antes de tudo, um forte, uma planta valorosa e aguerrida, cresce em qualquer vaso, canto ou fresta, em qualquer época do ano, bata sol ou faça sombra, seja adubada ou não. O cara nem precisa ter mão boa para plantar, enfiou um galho de boldo na terra seca e logo ele se ergue em uma pequena árvore; até porque essa coisa de mão boa para plantar também não me parece muita macheza, fulano tem mão boa para plantar orquídeas...fudeu!
E nem pense em conversar com seu boldo para fazê-lo melhor crescer, pôr música clássica e cantar para ele, então, nem pensar. Cante para seu boldo e ele morre na hora, sua bichona!
Cerveja isotônica é a puta que o pariu!
Tem medinho de tomar cerveja e acordar de ressaca? Então, vá tomar Amarula, Martini, St. Remy e outras viadagens que tais.
E já aproveita para cortar o pau fora!!!

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2 Comentários

  1. Lembrei do macho jurubeba, tão bem falado pelo meu conterrâneo, Xico Sá.
    Num dos seus posts sobre cerveja, Azarão, comentamos dos supermercados que vendem cerveja pra viado. E agora os bares do macho bebedor estão entrando nessa onda. Por infeliz coincidência, semana passada fui num desses antros. O dono, que atendia o cliente pessoalmente, falava aquela baboseira de paladar, frutas, cheiro, cores e um monte de blá.
    Faço uso novamente, do seu velho e bom: patã que pariu!

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    1. Curioso você ter lembrado do macho jurubeba do grande Xico Sá, eu quase coloquei no texto que o verdadeiro macho, além do boldo, também poderia se valer de mastigar uns frutos de jurebeba para dar aquele reforço ao fígado. Eu mesmo tenho aqui em casa um bom vidro de jurubeba em conserva.
      O problema dessas bebidas pra viado é que a viadada está dominando a vida nbturna, aí exigem produtos feitos especificamente para eles.
      Moro numa cidade de 650 mil habitantes e, depois que casei e tive um filho, praticamente não saio mais de casa, mas amigos que ainda frequentam a noite dizem que, no centro antigo da cidade, de cada dez bares, oito são GLS.
      Realmente é foda!!!

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