Humanas : As Ciências Que Não São Ciências (E Alguém Ainda Achava Que Fossem?)

Sempre que posso, desço a marreta nas tais "ciências" humanas, sociologia, pedagogia, psicologia, filosofia, pedagogia e outros embustes.
Deem uma vasculhada pelo blog e verão que eu digo que as tais "humanas" não são ciências. Estão mais para doutrinas, para seitas, para religiões, baseiam-se muito mais em crenças e ícones do que em dados e evidências concretas.
E faz tempo que eu digo isso. Mas eu sou apenas o Azarão, um mero portador da Marreta. Estava faltando alguém de renome dizer o mesmo. Estava faltando alguém conceituado no meio científico tomar coragem e expor a fraude e a má-fé desses charlatães metidos a acadêmicos, revelar a inconsistência e o vazio de seus discursos falsos eloquentes, cheios de bravatas, empoados e construídos de frases feitas, de clichês que bem poderiam ser o recheio de biscoitos chineses da sorte, de citações que dariam para enfeitar os parachoques dos caminhões do planeta inteiro.
Faltava alguém de alto gabarito para dizer que as ciências humanas não são feitas de hipóteses e teorias, mas sim de dogmas. É falácia servindo de "prova" a outra falácia, são falsas (e desonestíssimas) premissas a embasarem outras falsas premissas, e assim por diante.
Francisco Daudt, médico e psicanalista, em seu novo livro, A Natureza Humana Existe (e como manda na gente), deixa os psicólogos, filósofos, pedagogos e sociológos de cabelos em pé, arrepia-lhes até os cabelos do cu. Daudt apresenta o que os evolucionistas comportamentais defendem : somos herdeiros, primeiro, da genética e, segundo, da experiência. Não nascemos uma tábula rasa - ô expressãozinha nojenta e mal-intencionada! Nojenta, mal-intencionada e um tiro pela culatra dos próprios humanistas, mais uma evidência a revelar a inaptidão deles para o verdadeiro pensamento. Explico:
Ao nos declararem, a todos, tábulas rasas, os humanistas negam a ideia (e a verdade) de que possamos nascer com conhecimentos e capacidades prévios ao nosso contato com o mundo, negam que possamos ser portadores de informações e habilidades inatas, intrauterinas, faculdades com as quais, aliás, todos os outros animais nascem.
Ao nos dizerem tábulas rasas, o humanistas fazem muito pior do que simplesmente nos decretarem idiotas congênitos, eles negam que nasçamos com uma natureza que nos é intrínseca e muito da particular, que é o que nos diferencia, o que nos define como indivíduos únicos.
Ou seja : o humanista, ao declarar as pessoas como produtos exclusivos do meio, reduz todos a uma única massa, o humanista nega o diferencial por excelência, nega o indivíduo, nega o humano.
O humanista nega a natureza humana!!! Há! Há! Há!
Contradição?
Fossem verdadeiros homens da ciência, sim. Seria uma puta duma contradição. Mas sendo "os das humanas", não, não é contradição. É só burrice, mesmo. Típica deles. E sua maior marca registrada. Só superada, talvez, pela enorme prepotência e pelo desmedido orgulho que possuem de suas próprias ignorâncias.
As verdadeiras ciências, as exatas e as biológicas, a cada dia que passa, estão mostrando o logro que são as "humanas". Hei de viver para vê-las totalmente desacreditadas, lançadas à lama, à sarjeta da Academia. Hei de viver para ver todos os "humanistas" perderem seus empregos, pela inutilidade que são os seus "serviços", hei de vê-los ter que estudar de verdade para ganharem o seu pão cotidiano.
Reproduzirei a seguir a reportagem da Folha de São Paulo sobre o livro de Daudt; em letras vermelhas, destaquei alguns trechos.

Em novo livro, Daudt combate as crenças das ciências humanas
(por Fabio Andrighetto)
As ciências exatas e biológicas são diferentes das humanas. A representação da realidade de sociólogos, filósofos, pedagogos e psicanalistas não podem ser colocadas em microscópios ou simuladas por equações. De científico mesmo, as humanidades só carregam o nome. O positivismo procurou aplicar o rigor das ciências em todas as áreas do conhecimento. A tentativa virou galhofa. 
Apesar de a argumentação ter força na visão de mundo defendida pelas ciências humanas, muitas de suas premissas são representações de uma realidade preferível. Ou seja, crenças. É mais agradável acreditar que somos livres do que biologicamente determinados, pois as consequências de pensamentos deste gênero se mostraram errôneas e historicamente desastrosas. As consequências foram desastrosas, o uso que se fez desse pensamento foi errôneo, não o pensamento em si.
O pensamento hegemônico das ciências humanas alega que nascemos "vazios" --tábula rasa-- e somos preenchidos com a cultura. Assim, comportamentos violentos, por exemplo, poderiam ser explicados como resultado do meio em que o sujeito foi criado. 
Em seu novo livro, "A Natureza Humana Existe", Francisco Daudt, psicanalista, médico e colunista da Folha, apresenta o que os psicólogos evolucionistas defendem: somos herdeiros da genética e da experiência. 
"Pense num computador", escreve Daudt. "Quando você o compra, ele já vem como um monte de programas instalados. Somos nós, quando nascemos. Depois você acrescenta outros que te interessam (seria a 'cultura')". 
Para ele, os acadêmicos negam uma parte fundamental para compreender o comportamento humano quando se recusam a acreditar que existe um fator natural, como em todos os outros animais, que também move e molda o indivíduo. 
"As influências biológicas no comportamento humano ficaram malvistas por décadas", conta. "Quando Edward O. Wilson publicou, em 1975, seu livro 'Sociologia: Uma Nova Síntese', os acadêmicos marxistas (quase uma redundância, na época) das humanidades se levantaram numa grita enfurecida, como se estivessem vendo a ressurreição do demônio". 
Defender que carregamos elementos que precedem a experiência não é novidade. René Descartes (1596-1650), pensador que inaugura a filosofia moderna, apresentou, em suas "Meditações Metafísicas", as ideias inatas. Para não pecar pelo anacronismo, é claro, o filósofo francês desconhecia os conceitos de genética que temos hoje. Porém, a psicologia evolucionista trás, em seu DNA, uma parcela cartesiana. "Embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso todo ele se origina justamente da experiência", escreve Immanuel Kant (1724-1804) em "A Critica da Razão Pura", de 1781. "Pois poderia bem acontecer que mesmo o nosso conhecimento e experiência seja um composto daquilo que recebemos por impressões e daquilo que a nossa própria faculdade de conhecimento (apenas provocada por impressões sensíveis) fornece de si mesma". 
Não dá para apostar que somos 50% genética e 50% criação. Ambas foram parcamente exploradas. Podemos dizer que, até agora, a totalidade de fatores que constituem a identidade é um mistério. Decifrar esse enigma pode estar além da nossa capacidade cognitiva. O cão correndo atrás do próprio rabo. "

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7 Comentários

  1. Meu caro, Azarão...
    Você colocou todos os humanistas no mesmo saco. Entretanto, sinto lhe dizer que sem a reflexão de muitos filósofos, assim como Descartes e Kant citados na entrevista, as ciências exatas e biológicas não chegariam onde chegaram. Você também inferiu a teoria da tábula rasa à todos os filósofos, o que não é verdade. Vários filósofos, também, não adimitem o livre-arbítrio... Espinosa, Schopenhauer, Nietzsche e outros. Portanto, penso que devemos ter mais cautela.

    No mais, um abraço!

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    1. Não sinta em me dizer nada, meu caro, estamos aqui pra isso mesmo, e até porque eu concordo com você.
      A tal da tábula rasa não é opinião unânime entre os filósofos, mas que é hegemônica, isso é. É uma maneira muito fácil do ser humano se eximir da culpa do que faz, colocar a responsabilidade no "meio", na "sociedade".
      Abraço.

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  2. Caso não conheça, esse é um documentário norueguês "Lavagem Cerebral", episódio 1 O Paradoxo da Igualdade, que deixa claro como esses humanistas são sectários.
    http://www.youtube.com/watch?v=G0J9KZVB9FM

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  3. Obrigado pela dica, vou assistir e, depois, comento aqui.
    abraço.

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  4. Na filosofia atual, mormente na filosofia hermenêutica e da linguagem (Heidgger, Gadamer, Saussure), esse viés do positivismo é explicitamente tratado como um estágio ultrapassado do processo da busca do conhecimento (deveria usar alguma expressão mais adequada, mas estou meio sonolento e sem condições para tanto), e criticam sem dó tais concepções, tidas agora como anacrônicas. Assim, não faz sentido você mal-dizer as humanas assim. Achei suas palavras muitos generalistas e um tanto quanto permeadas de certo ressentimento. No mais, estamos de acordo. O livro do Daudt deve ser bom.

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  5. Uma das coisas que me fez abandonar o mestrado (em ciências humanas) foi a conclusão de que o resultado de minha pesquisa não seria exato. Pensei na época que tivesse perdido o juízo, mas comecei a rodar em círculos sem ter como provar a minha tese e com a possibilidade muito concreta de manipular os resultados e agradar ao meu querido e vaidoso orientador. Desistir desse título me trouxe muitas consequências dentre as quais a possibilidade de ser mãe e a oportunidade de analisar de longe, bem longe a besteira que eu ia fazer. Hoje enfrento muitas batalhas no trabalho e no orçamento, mas durmo sem remorsos.

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    1. Conheço bem a respeito do que você diz sobre a vaidade dos orientadores, que muitas vezes se sobrepõe à ciência. Tenho formação em área biológica, mas como sou professor acabo sendo obrigado a ler textos pedagógicos e rodar em círculos, como você bem disse, chega a ser um elogio.
      São textos que não concluem absolutamente nada, mesmo um pequeno texto de oito ou dez páginas repete o mesmo assunto por várias vezes.
      Respeito e admiro sua coragem em ter feito o que julgou ser correto.
      Seja sempre muito bem-vinda por aqui.

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