Funcionários

Ser funcionário público
É a liberdade absoluta.
Tão ancha e plena
Que a ela ficamos presos,
Acomodados.
Acomodados ao calabouço da liberdade,
A mais eficiente das carceragens.
Não há masmorra mais inescapável
Que aquela em que somos cativos
E carcereiros.

Ser funcionário público
É ser livre para não ser de nenhuma função
Ou utilidade
Ou até ser
Mas poder escolher não exercê-la.

É ser tão livre
Que dessa liberdade
Contamos os dias para nos livrar,
Para nos aposentar.

Ser funcionário
É poder não funcionar, 
Já que a ineficiência
É o que é esperado de nós.

É poder 
Não ter que puxar o saco de eunucos,
É poder não erguer altares
Para pequenos e podres poderes.

É poder devolver ao mundo,
Impunemente,
O mau humor
Que ele nos causa.

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5 Comentários

  1. Você trocou um ''m'' por um ''n'', no penúltimo verso.

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    1. Realmente troquei.
      Era quase uma da manhã, juntou o sono e umas latinhas.
      Já está corrigido, obrigado.

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  2. Caro Azarão, também milito no Poder Público... Sei bem como se sente. Abrax

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  3. Poxa Azarão, você que já lutou nas Guerras Secretas, você que já encontrou Alice no País das Maravilhas (Mococa), você que já se divertiu com creme rinse, já colocou detergente no aquário da tia, já ofereceu ameixa com tinta (como a bruxa ofereceu a mação para Branca de Neve)agora fica aí se lamuriando. Bola prá frente meu amigo, e vamos escrever mais nesse blog, pois eu, Karla K, Pe Paulo e até aquele viadinho anônimo estamos esperando por novas marretadas!

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    1. É verdade. Eu tô precisando aprontar alguma sacanagem com alguém!!! A da tinta guache na ameixa foi um toque de mestre.

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