Maconha Libre (Ou : A Verde E Nebulosa Matrix)

Vão liberar a maconha,
Que liberem, que descerrem,
Que arrombem com bombas de fumaça
As portas da percepção.
Que colham, sequem,
Triturem e dichavem
- Finalmente -
As páginas da Constituição :
Abram as alfândegas para a semente.

Que se liberem as queimadas
- Inútil e hipocritamente proibidas -,
Que sejam autorizados os desmatamentos,
Dos neurônios,
Das matas glias ciliares,
Das reservas de sinapses.
 Institucionalizem, de vez,
A verde e nebulosa Matrix.
Declarem como real,
Legitimem em Diário Oficial,
O mundo do Soma.

Eu continuarei ao manche da Nabucodonosor.
Continuarei Capitão Kirk
- não das galáxias, sim das ruínas do pensamento humano -,
Indo não aonde nenhum homem jamais esteve,
Mas de volta ao lugar de onde ele veio,
De onde nunca deveria ter saído.
Eu, Selvagem a pregar Huxley,
O corpo sustido por uma corda no pescoço,
Girando,
Uma bússola com unhas encravadas nos dedões dos pés,
Apontando norte, nordeste, leste, sudeste, sul, sul-sudoeste...sul-sudoeste, sul, sudeste, leste. . .

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