Fora Com A Porra Do Crucifixo

O Brasil, declara sua Constituição, é um estado laico, que não está atrelado a nenhuma religião nem sofre influência de alguma.
É comum, no entanto, a presença de imagens religiosas nas repartições públicas, escolas, hospitais, câmaras municipais, até em tribunais.
O campeão disparado é o crucifixo, o Cristo lá, só de sunga e com cara de coitado, de vítima, um bon vivant é o que ele foi, supondo, claro, sua existência sem provas;  já vi também rosários, imagens de santos e bíblias abertas nos mais diversos setores públicos, em clara infração à Constituição.
Sem contar os funcionários públicos que são verdadeiros outdoors da ignorância humana, dirigem-se ao seu trabalho vestindo camisetas com imagens de santos, ostentam enormes cruzes a penderem em meio aos seus flácidos peitões gordos, usam escapulários etc.
É um claro absurdo, mas poucos são os que tem a coragem de contestar esse crime, poucos são os que tem a coragem de fazer valer a lei.
Num ótimo exemplo a ser seguido, a ONG Liga Brasileira de Lésbicas - odeio ONGs, mas adoro as lesbiquinhas - pediu judicialmente a retirada de todos os crucifixos e demais símbolos religiosos das salas do Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul.
O pedido já havia sido feito pelas moças do sapato grande no ano passado, e negado pelo TJ.
Sem machos no RS para encarar essa briga, as raladoras de coco insistiram no pedido e foram atendidas pelo desembargador Cláudio Baldino Maciel : "um julgamento feito em uma sala onde há um "expressivo símbolo" de uma doutrina religiosa não é a melhor forma de mostrar que o julgador está "equidistante" dos valores em conflito".
Os religiosos, as beatas sopradoras de apito de chamar anjo, as crentes dos cus quentes, ainda tentam "argumentar" a favor da manutenção do Cristo pelado, dizendo que o Estado é laico - desvinculado de qualquer religião -,  mas não é ateu - descrente de deus.
Que seja. Então, tirem o Cristo - que representa uma única doutrina religiosa - e coloquem uma foto de deus. Não dá, né? O filho da puta não existe.
E se um juiz, um diretor de um hospital, de uma escola pública, ou mesmo um parlamentar, pusessem um orixá africano em suas salas? Ou um deus hindu com cabeça de elefante ou de pica? Ou, até, a imagem do capeta?, o satanismo também é uma religião.
É só a cruz que pode? Pois que a enfiem em vossos cus, com o Cristo e os pregos juntos.
Parabéns à justiça gaúcha, pelo cumprimento da lei, do óbvio.
E parabéns em dobro às coladoras de velcro dos Pampas, as verdadeiras detentoras do saco roxo em seu Estado. Adoro as lesbiquinhas (já falei isso, né?)

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3 Comentários

  1. Olá Marreta, estou sempre passando por aqui, gosto muito do seus textos. Já fui uma aluna sua e gostava muito de suas aulas.
    Gostaria que fizesse um texto sobre o ateísmo, explicando o que te faz acreditar na inexistência de Deus.
    Um abraço

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    Respostas
    1. Acreditar na inexistência? Gostei!!!
      Acho que seria mais adequado você me explicar o que lhe faz acreditar que um deus bondoso e justo exista.
      Existem muito mais razões para não crer num deus do que para acreditar nele. Olhe o mundo à sua volta, ele parece ser regido por um deus bom?
      obrigado pelo comentário.

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  2. Já ouviu falar em Deísmo e Thomas Paine? Já fui ateu, por falta de referência talvez. Hoje eu acho que a filosofia deísta é muito mais esclarecedora do que simplesmente "não crer por não ser capaz de entender".

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