A Lição Errada

Um amigo, sabendo dos meus "apreço" e "simpatia" pelas tais disciplinas ditas "de humanas", enviou-me, por e-mail, um editorial publicado na Folha de São Paulo, em 21 de dezembro de 2011.
O editorial diz respeito a uma decisão da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo em reduzir o número de aulas semanais de português e matemática - de 6 para 5 - e repassá-las a outras disciplinas.
Até aí, tudo bem. Seis aulas semanais de matemática e português, no ensino médio, podem muito bem ser reduzidas a cinco. A questão era decidir corretamente a que disciplinas esse saldo curricular seria repassado.
Foi decidido errado, desgraçadamente errado.
O mais óbvio e evidente é que Biologia, Química e Física fossem contempladas com uma aula adicional às duas vigentes. Que são disciplinas que tratam de temas concretos, reais, demonstráveis, práticos e aplicáveis.
No entanto, com vistas a sempre piorar a qualidade do ensino, essas aulas foram repassadas às tais sociologia e filosofia. Puras elocubrações, puros delírios de pederastas, masturbações de defunto.
Muito mais parecidas com religiões do que com as verdadeiras ciências, essas disciplinas nada têm a acrescentar para o aluno que queira, por exemplo, prestar um vestibular decente.
Uma vez que nada pode ser provado ou demonstrado nelas, seus professos as têm como verdadeiros dogmas. São lecionadas por professores que se assemelham a sacerdotes fanáticos, é muito mais um catecismo do que uma aula. 
Os "donos da verdade" saem a fazer citações e mais citações, feito padres a rezar ladainhas em latim, sem entender porra nenhuma do que dizem. E nem poderiam : à perfeita semelhança das religiões, não há nada a se entender. Não há nada.
E é, basicamente, disso que o editoral trata, da lição errada.

Lição errada
A mudança que o governo de São Paulo decidiu realizar na grade curricular do ensino médio priva os estudantes de aulas de reforço voltadas para o vestibular e sacrifica disciplinas essenciais -como história e geografia, no período diurno, e português e matemática, no noturno.
A compensação será o aumento da carga horária de matérias como arte, filosofia e sociologia. São, certamente, áreas relevantes do conhecimento, mas não correspondem às carências educacionais dos alunos de nível médio no país.
Não faz sentido que sejam acrescentadas ao currículo em prejuízo de matérias fundamentais. Ademais, não é desprezível o risco de que filosofia e sociologia tornem-se meros pretextos para proselitismo ideológico de professores.
A medida pode ampliar o fosso entre os alunos da rede estadual e os das escolas particulares. Basta lembrar que a melhor escola pública da capital paulista, excluídas as técnicas, ocupa a 210ª posição entre 886, segundo o Enem.
O problema do currículo não é a a escassez de temas, mas o oposto. Os estudantes são obrigados a percorrer uma gama variada e, em alguns casos, enfadonha e inútil de assuntos -o que só contribui para prejudicar o aprendizado.
O governo de São Paulo, que tem alardeado seu interesse em privilegiar a educação, deveria concentrar os esforços em disciplinas estruturantes, como português e matemática, e deixar de lado experimentalismos duvidosos. 

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