Velhinhas Crentes Traficantes

Velhinhas crentes do Mato Grosso do Sul levavam cocaína escondida em fraldas geriátricas para o Rio Grande do Sul, região da Grande Porto Alegre.
O DENARC gaúcho desbaratou um esquema de tráfico que utilizava mulheres idosas e evangélicas para transportar drogas em fraldas geriátricas. Bom, quando se diz que o tráfico "usava" essas velhinhas escrotas, fica parecendo que as crentes dos rabos quentes enfiavam a cocaína na buceta e punham um fraldão por cima na maior das inocências, fica parecendo que são pessoas ingênuas ludibriadas pelo demônio das drogas.
Porra nenhuma. Não sei porque essa mania de achar que velhinho é bonzinho, é o Gepeto, é o Papai Noel. Um velhinho de hoje pode muito bem ter sido, e geralmente foi, um grande dum canalha no passado. Se hoje ele não mais o é, é por pura falta de força física. Ser fraco fisicamente torna muito canalha em bonzinho, arrependido, e evangélico.
Deve ser o caso dessas velhinhas. Vai ver que eram umas boas dumas putas cheiradoras quando jovens, só que chega a idade e ninguém mais quer comer, aí se "arrependem" de seus pecados carnais e entram pruma seita qualquer. Se arrependem dos pecados carnais porra nenhuma, não encontram mais é quem as ajudem a pecar. Mas o calor na bacurinha continua, é imorredouro. Então elas entram nessa, dão vazão ao instinto que lhes é natural.
E se for velhinha e crente, aí é que ninguém desconfia. Ou se desconfia, fica até envergonhado em manifestar sua suspeita. Era disso que se valia o esquema de tráfico desmontado pelo DENARC gaúcho : de saiões, cabelos longos, meias-calças escuras e roupas em cores sóbrias, em algumas ocasiões, além da bagagem, elas traziam uma bíblia nas mãos. Até poderiam atrair olhares curiosos para o sotaque diferente, mas jamais motivariam atenção especial de policiais. Cada uma das velhinhas transportava de 500 gramas a um quilo de cocaína em fraldões geriátricos. O esquema só foi descoberto pela prisão de um comerciante da cidade, dono de um bazar, que repassava a droga e entregou as velhinhas.
O esquema das velhas crentes já tinha dois anos e, nesse caso, não se pode mesmo culpar os policiais. Quem iria desconfiar de umas pobres velhinhas tementes a deus, sentadinhas nos bancos da rodoviária e absortas na leitura de suas bibliazinhas surradas? 
Não se pode condenar nem a eficiência daqueles formidáveis cães pastores treinados para farejar drogas. Estando a cocaína onde estava, não tem faro canino que identifique e isole o cheiro. Feito aquela história do português que veio ao Brasil e se afeiçoou a um gambá, animal inexistente na fauna lusitana. Para transportá-lo no avião, de volta à terrinha, sem atrair suspeitas da alfândega, pediu à esposa Maria que escondesse o gambá dentro de suas calcinhas. Maria alertou o portuga para o risco da operação ilegal : "Mas Manoel, e o cheiro? "  Manoel, triunfante pela genialidade de seu crime perfeito, respondeu de pronto : "Ora, o cheiro...o gambá que se foda."
Imagino as velhinhas crentes lá na rodoviária, todas alegrinhas, eufóricas, cheias de júbilo cocainômano-cristão; porque da buceta é bem sabido que, por mais seca que esteja, ela sempre absorve um pouco do que lhes põem à boca.
Será que as velhinhas pagavam o dízimo ao seu pastor?
Fonte : Zero Hora

Postar um comentário

0 Comentários