Gisele Bündchen

Sério que a primeira coisa que me veio à cabeça, quando do início da polêmica em torno da propaganda da Hope estrelada por Gisele Bündchen, foi que o responsável pela tentativa de veto do comercial fosse, primeiro, uma mulher, e segundo, uma baranga, uma mocreia, um bagulho, a famosa espanta-caralho.
Nada comentei para que não me chamassem de machista, para que não dissessem que sou muito pessimista em relação ao ser humano, para não me enchessem o saco dizendo que existem pessoas, sim, bem intencionadas e imparciais etc etc.
No tal comercial, Gisele mostra duas maneiras de comunicar uma má notícia ao marido, cartão de crédito estourado por exemplo. A maneira errada, contar a cagada ao marido toda vestida; a maneira correta, contar usando lingeries Hope. Qual o mal nisso? Em que isso desvaloriza a imagem da mulher, como afirma o impetrante da tentativa de proibição do anúncio?
Só podia ser mulher porque nenhum homem sequer pensaria em proibir a veiculação das curvas de Gisele, em cujas sinuosidades qualquer um adoraria derrapar. Nem podia ser bicha, porque bicha adora modelos bonitas, adora o glamour em torno delas, bicha adoraria ser a Gisele, jamais a censuraria.
E além de mulher, uma mulher feia, óbvio. As gostosinhas feito a Gisele com certeza adoraram a dica, se é que já não usam de tal ardil há tempos. Ainda assim, mesmo diante de tantas evidências, fiquei quieto, não disse nada. Até ontem.
Li, no Estadão, uma declaração da tal autora da tentativa de veto à peça publicitária, Aparecida Gonçalves, Secretária Nacional de Combate à Violência contra a Mulher. A dita cuja se diz ofendida pelo anúncio porque é baixa, gorda e índia, e não se vê representada no comercial. Nem poderia. Só se a natureza, além da sacanagem de tê-la feito baixa, gorda e índia, a tivesse feito também demente.
Estão vendo? Eu estava certo de novo. É uma desafortunada pela natureza, é uma recalcada que não admite que outros tenham dotes que ela não tem (e adoraria possuí-los), é uma invejosa que está querendo tirar Gisele da TV. Esse tipo de gente bate no peito e se diz defensora de toda uma sociedade, ou de uma classe pelo menos. Esse tipo de gente é perigosíssimo, usam o mote do bem comum para travar suas guerrinhas pessoais, suas picuinhas.
As pessoas inferiores (física, intelectual ou financeiramente) não aceitam a superioridade dos outros, autoproclamam-se injustiçados, vítimas de uma sociedade estereotipada e outras bobagens do gênero. Até aí, tudo bem. O sujeito precisa achar um culpado por sua inferioridade, por sua incompetência, pela sua falta de talento, por seu pouco (ou nenhum) potencial.
O problema é que esses "coitadinhos" não querem justiça, como dizem em nome do bem comum. Eles querem é se tornar os justiceiros. Eles não querem justiça para os inferiores, eles querem massacrar os superiores. Sumindo com os mais dotados, tornando o mundo um pastiche de idiotas e feios iguais a eles, esses defensores do bem comum se sentem realizados, sentem-se em casa. A superioridade incomoda. E se não podemos alcançá-la, proibamo-na.
Por isso, a baixa, índia e gorda quer sumir com Gisele de nossas telinhas. É sua inveja e seu sentimento de inferioridade (plenamente justificado nesse caso) que movem seu processo contra a Hope, não a preocupação com a imagem da mulher brasileira como ela tem apregoado por aí.
Talentos são para serem usados, não importa de que natureza sejam. Gisele não usar de suas formas como arma de persuasão seria o mesmo que Einstein ter passado a vida toda sendo professor de Física em uma escola pública brasileira. Um desperdício imperdoável.
A grande mágoa dessa mulher é que se ela der uma má notícia ao marido vestindo lingeries da Hope, a notícia ficará ainda mais catastrófica. Ela só pioraria a situação. 
Daí, a revolta. Daí, querer mandar Gisele para a inquisição.

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12 Comentários

  1. Ô, marreta!

    Antes que as barangas venham te chamar de burro, corrige uns erros de digitação aí!

    "porque bicha adora modelos bonitas, adora o glaumor" ---> é GLAMOUR

    "sociedade esteriotipada" ---> é esterEotipada

    depois apaga esse comentário para não dizerem que tu ganhou cola!

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  2. Realmente o erro em glamour foi de digitação, palavra francesa, coisa de bicha mesmo. Já em "estereotipada" foi ignorância.
    Obrigado pelas correções.
    Ah! E se alguma baranga me chamar de burro, não tô nem ai, basta eu estudar e ler um pouco mais que corrijo isso. E elas? Serão barangas para sempre.
    Identifique-se numa próxima vez, se quiser.
    Abraços

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  3. 2011-10-03 - Faça amor, não faça guerra – Friedmann Wendpap
    O mundo desabando como sempre e, súbito, surge polêmica deliciosa sobre o comercial de lingerie estrelado por Gisele Bündchen no qual ela ensina como as mulheres devem estar (des)vestidas quando forem ter palavrinha com o marido sobre a última batida do carro. O soutien e a calcinha da gaúcha cosmopolita são comportados, até meio caretas e o corpo faz movimento lateral para disfarçar as linhas retas como tábua. Em suma, nenhum apelo erótico, apenas a ideia de que a mulher deve usar sensualidade para quebrar a resistência do maridão ante notícia desagradável.

    A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (mais um desses ministérios que é mistério) desensarilhou armas para iniciar guerra contra a propaganda, dizendo que ela promove o estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual do marido e ignora os avanços para “desconstruir” práticas e pensamentos sexistas. Além disso, é discriminatório contra a mulher.

    A liça é, tipicamente, do politicamente correto contra o corriqueiro, a vida normal. Atire a primeira pedra quem nunca fez biquinho, charminho para adoçar a conversa com o parceiro afetivo, seja ele ficante, namorante, esposante, quiçá, ex-pousante. Mulheres e homens fazem uso dos meios de que dispõem para seduzir o cônjuge e facilitar o relacionamento. A condição de cônjuge existe porque há afeto que também se expressa por sensualidade e erotismo. Ama-se pai, mãe, filhos, tios, sobrinhos, amigos, mas ninguém se encharca de perfume para contar a um deles que bateu o carro que pegou emprestado.

    E se a propaganda exibisse um bonitão em traje sumário dizendo à patroa que esqueceu de levantar a tampa do vaso? Homem objeto? Abjeto? Homem normal, buscando delicadamente o perdão, em oposição ao boçal que imporia sua rudeza. A propaganda veicula, a rigor, a ideia de que os eventuais dissensos entre os casal podem ser abrandados apelando-se para a sedução ativadora de emoções de aproximação. Para resolver a brabeza resultante dos danos no carro marido e mulher não precisam discutir como militantes de partido ou partes em litígio judicial; podem falar pouco e se amar muito.

    Falar, falar é coisa do assembleísmo típico de quem se casa com o partido. Nesse locus o plenário, não a cama, resolve a divergência. Imputar ao comercial a pecha de retrógrado porque sugere a paixão ao invés do debate loquaz é estender o modus vivendi de uns poucos aficionados pela militância partidária como razão de viver para a maioria das pessoas que só deseja ser feliz.

    Os avanços obtidos na consideração de homens e mulheres como iguais na seara política e jurídica não tornam justa a supressão da sensualidade amorosa de um casal. A seguir ao extremo a linha de raciocínio da ministra, o casamento politicamente correto implicará protocolos reguladores da vida sensual e emocional. Talvez até a edição de código de ética do marido e da esposa, assinado e registrado em cartório. Não, isso não! É preciso deixar os hormônios fluírem enquanto se dispõem deles.

    Parodiando Vinícius, as brutas que me perdoem, mas sensualidade é fundamental.

    Fonte: Gazeta do Povo

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  4. Nossa, quantos argumentos fora de contextos, eis o politicamente correto idiota!

    O que quer dizer com "As pessoas inferiores (física, intelectual ou financeiramente) não aceitam a superioridade dos outros..."

    Isso não é inferioridade, é falta de acesso e a beleza física também um ideia!

    Que raso.

    Já que cheguei aqui através de seu link no Estadão, deixo um outro do mesmo, para tu avaliar sua verdadeira posição!

    http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/o-imbecil/

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  5. E essa insistência em fazer piada com os ditos "bichas" ???
    Até para justificar seus erros devido a falta de profundidade de suas ideias, reler o que se escreve resolveria está questão, pensar amplamente no que se escreve, também resolveria sua posição rasa!

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  6. Gerson, você deve ser bicha, né?
    Só pode ser.

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  7. Falta de acesso? Você acredita mesmo que todos são iguais se tiverem as mesmas oportunidades?
    Então leva um bandido qualquer e põe pra dormir junto com você e seu marido. Ele vai comer o cu dos dois. Um de vocês, pelo menos, vai gostar.
    A beleza é uma ideia? Então,tá? Aproveita e faz uma caridade,vai comer uma pelancuda e banguela.

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  8. Aliás, li o texto do Marcelo Rubens Paiva sugerido por você. Nunca gostei dele, desde o Feliz Ano Velho.
    Claro que ele é todo politicamente corretinho, é um cadeirante, vive numa posição vulnerável, tem que ser bonzinho para que os outros sejam com ele.

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  9. Como você é babaca. Aposto que também é velho, barrigudo e só pega mulher quando gasta alguns trocados.

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  10. Errou, Amanda. Não sou velho nem barrigudo, sou magro até demais. E todo mundo só pega mulher se gastar com elas algum trocados, nem que seja para pagar um cinema, um jantar, um motel. Mas se está dizendo que gasto com putas, errou de novo, nunca gastei. E olha que uma puta pode sair muito mais barato que uma mulher "normal" feito você.

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  11. Não sou "normal", meu caro. E o fato de você e tantos outros homens inserirem as mulheres em estereótipos (como a garota "normal", pra quem sempre se deve pagar as contas) é uma das lamentavelmente inúmeras evidências do estado de degeneração em que se encontra a relação entre homens e mulheres. Certamente você e seus colegas já devem ter percebido isso, mas escolheram o caminho do cinismo e da babaquice pra não se deixarem abater pela angústia.

    Continue gastando seus trocados segundo o que considera "normal".

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  12. Cada um gasta seus trocados com seus vícios e preconceitos. No fim das contas é para isso que se trabalha, para bancar seus vícios e preconceitos, para ter o direito de tê-los e ninguém te encher o saco.
    Você gasta os seus trocados com o quê? Experimente pagar a conta para algum macho, quem sabe isso não diminui um pouco essa sua sensação de ser vista como um estereótipo?
    Estereótipo é quem se deixa estereotipar, quem fica ligando para o que os outros pensam, sentem-se ofendidos pelo pensamento alheio.
    Deixa disso, Amanda. E deixe que digam, que pensem, que falem.
    Relaxa, menina.

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