"Fotografe O Meu Pau", Diz Felipão

Não gosto de futebol, nunca gostei. Quem me conhece, ou acompanha o Marreta, sabe bem disso. Mas nasci no Brasil e de algumas coisas sobre o abjeto esporte não consigo escapar.
Sei o que é o Palmeiras e quem é Felipão. Mas nem sabia que ele era técnico do Palmeiras, ou que o Palmeiras estivesse em situação calamitosa. Nem desconfio de quem seja Kleber, do porquê ele não querer jogar e do motivo pelo qual Felipão não quer que ele jogue. Aliás, nem me interessa.
Detesto futebol. Porém o esporte tem um pouco ainda do que chamo de reserva de macheza, ainda é um manancial dos genes da pujança masculina. Os esportes coletivos, tribais como prefiro chamá-los, ainda guardam a força bruta, e praticamente acéfala, que moveu o ser humano em sua conquista por todo o planeta. Ou alguém acha que algum intelectual franzino e delicadinho se aventuraria em uma caravela por oceanos povoados por serpentes gigantes? Respeito um pouco o esporte por ele ainda ser um reservatório dessa necessária truculência do macho.
O uso repetido da palavra 'ainda' não foi descuido, foi proposital. Digo ainda porque mesmo os praticantes de esporte brutos começam a degringolar. Jogadores de futebol recém-endinheirados têm aderido abertamente à viadagem, usam brinquinhos e colarzinhos de brilhantes, põem aparelhinhos coloridos nos dentes, tiram as sobrancelhas, fazem limpeza de pele, pintam cabelo e etc etc.
De forma que essa têmpera, ausente nos mais novos, subsiste apenas nos veteranos, ou aposentados, ou técnicos de equipes. É o caso do Felipão. Macho das antigas, que não dá conversa mole nem para críticas nem para elogios. Não fica de lero-lero (ou de biro-biro) com imprensa e reporterezinhos de merda.
Não sei o contexto em que se deu o fato, só sei que se sentindo acossado por um fotógrafo idiota da Folha de São Paulo, Felipão não teve dúvidas, recorreu ao recurso supremo do macho, afrontou o inimigo com seu falo, com seu cacete.
Bradou ao fotógrafo imbecil : "Fotografe o meu pau!"
E vejam o nome do fotógrafo, Apu Gomes. O nome do cara, Apu, é um anagrama de Pau. Perfeita e muito oportuna a reação de Felipão. Reação de macho, das antigas, dos brabos.
Parabéns, Felipão. Idiota merece isso mesmo. Que repórteres de verdade são raros hoje em dia, o que há em profusão são fofoqueiros credenciados. O que esses mexeriqueiros merecem é mesmo fotografar um cacete.
Depois desse incidente, Felipão Scolari já pensa em mudar de nome, pretende, doravante, assinar Felipau Scolari.

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