Meu Bem, Meu Mal


Especialistas em saúde pública ouvidos pela BBC de Londres recomendam que as autoridades sejam mais claras em suas campanhas de conscientização acerca do consumo de álcool. Segundo eles, as mensagens que chegam à população são contraditórias, umas demonizam o álcool, outras o canonizam.
Os males causados pelo álcool seriam os imediatos - aqueles que todo mundo conhece, ressacas, vomitar igual à menina do Exorcista, cansaço, e má aparência, a famosa cara de cu - e os a longo prazo - o álcool está relacionado ao aumento do risco de diversos quadros patológicos, câncer da mama, câncer oral, doenças cardíacas, derrames e cirrose hepática.

No reverso da moeda, estudos concluíram que, ingerida com moderação, a substância pode ter um efeito benéfico, ajudando a proteger o coração ao elevar os índices de bom colesterol no organismo e impedir a formação de coágulos sanguíneos. Isso sem falar no bem que ele faz para a alma do sujeito, o cara fica mais leve, vai dormir mais relaxado, fica mais sociável, ri mais.
Não sou espiritualista, longe disso, mas sou canalha o bastante para recorrer ao espiritual se ele me for um argumento conveniente. O corpo é mortal, perecível, passageiro; a alma é eterna, imortal. De qual dos dois convém melhor cuidar?
Não há níveis absolutamente seguros para o consumo do etanol, afirmam os especialistas, mas uma boa margem de segurança é de 21 unidades semanais para os homens e 14 para as mulheres. Uma unidade de etanol corresponde a 10g da substância. Uma latinha de cerveja tem 13 gramas, ou seja, 1,3 unidades, o que corresponderia a 17 latinhas semanais para homens e 11 latinhas para as mulheres.
Essa preocupação dos especialistas do Reino Unido, e acho que ela pode ser estendida ao resto do mundo, vem do fato de que está havendo um aumento mais que significativo no número de doenças associadas ao álcool, 500% nas últimas três décadas.
Preocupação com a saúde da população? Duvido. Nenhum governo a tem. A grande "preocupação" dos governos em relação ao álcool é o gasto que ele dá aos cofres públicos, aos milhões e milhões, seja lá de qual moeda, que eles têm de desembolsar para tratar dos pinguços, dos pés-de-cana. Dessa forma, sobra menos para os governantes embolsarem.
Não sei por lá, nas terras da Rainha, mas aqui no Brasil, eu, trabalhador formal, pagador forçado de impostos, sustento muito vagabundo e meu dinheiro faz eleger muito filho da puta. Aqui há, e citarei só o que lembro nesse instante, bolsa-família, bolsa-escola, vale-leite, vale-gás, cestas básicas, bolsa-ditadura (isso mesmo, os subversivos filhos das putas que dizem ter lutado contra a ditadura recebem uma indenização, uma palhaçada), bolsa-bandido (o cara fica preso e cada filho recebe coisa de 700 reais todo mês, sem o cara fazer porra nenhuma na cadeia).
Políticos recebem salários discrepantes à média nacional, e ainda : verba para não sei quantos acessores, ligações telefônicas ilimitadas, passagens de avião, auxílio-paletó (para o coitadinho poder comprar seu terninho), auxílio-moradia e aposentadoria especial obtida com dois mandatos, oito anos sem fazer porra nenhuma; sem contar o que levam por fora em suas negociatas.
E agora vêm dizer que os pinguços é que estão onerando os cofres públicos? Às putas que os pariram.
Lógico que não pretendo ficar doente, mas se, amanhã ou depois, a cervejinha que eu tomo causar algo a ser tratado, quero tratamento de primeiro mundo. Eu mereço. Sustento muito político e filho de encostados. Meu fígado merece atendimento médico vip.
O único mal associado ao álcool que realmente me assusta, e esse nunca é mencionado nas pesquisas científicas, é o dano que ele pode causar à integridade do butão, às pregas do cu. Dado confirmado pela mundialmente conhecida lei científica : cu de bêbado não tem dono.
Fonte : BBC Brasil

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