A Aspirina Nossa De Cada Dia

Indianos reclamam que estão sendo usados como cobaias por laboratórios farmacêuticos, sem seu conhecimento ou autorização; os remédios neles testados estariam provocando efeitos indesejáveis, principalmente dores abdominais.
Bom, a prática das multinacionais farmacêuticas testarem novos medicamentos em povos subdesenvolvidos, terceiro-mundistas, já vem de longa data. E não se restringe à Índia. África e América "Latrina" também são utilíssimos como ratos de laboratório. O Brasil, inclusive.
Numa rápida pesquisa pela net - abri apenas quatro páginas -, encontrei uma substancial lista de medicamentos proibidos em vários países e comercializados livremente por aqui, com o selo da ANVISA e tudo mais. Entre eles, o ibuprofeno e a dipirona, usuais analgésicos e antitérmicos, também o diclofenaco (anti-inflamatório), a Neomicina (antibiótico, tem até pastilha dessa merda) e o Terconazol (famoso antifúngico bucetal). A lista é extensa e faz parte de um documento chamado banned products, publicado pela ONU.
Mas não adianta apenas espernear, queixar-se ou ir chorar as pitangas ao bispo, ao Papa ou à ONU. Se nós - terceiro mundo - não quisermos mais ser ratos de laboratórios das multinacionais, devemos pôr mãos à massa e começar a pesquisar e desenvolver nossos próprios medicamentos.
Dezenas de fatores, creio eu, impedem o desenvolvimento efetivo de uma tecnologia de fármacos nos países subdesenvolvidos; ocorrem-me, no momento, três desses fatores, que julgo serem os principais.
Primeiro, alguns países são subdesenvolvidos porque são habitados por povos subdesenvolvidos, grupos humanos que, na média, tem um Q.I. deficitário em comparação aos outros. Por mais que isso escandalize os das "ciências humanas" e comportamentalistas de plantão, é fato : no decurso da evolução, alguns povos se diferenciaram intelectualmente de outros. E desenvolver tecnologia não é tarefa para qualquer Q.I.
Segundo, os terceiro-mundistas são, na média, mais preguiçosos e acomodados, pautam-se pela Lei do Menor Esforço. Para que pesquisar, estudar e trabalhar? Para que fazer se podemos comprar pronto?
Terceiro, somos, na média, mais corruptos que os povos desenvolvidos ou, pelo menos, temos maior tolerância com a corrupção, nossos legisladores devem receber polpudas somas das farmacêuticas para dificultar uma tecnologia genuinamente nacional, bem como para fazer "vistas grossas" e liberar medicamentos venenosos, suprimindo, inclusive, das bulas, informações sobre os efeitos colaterais mais danosos.
O Terceiro Mundo é mais burro, mais preguiçoso e, no mínimo, nutre certa simpatia pela corrupção. E ainda se veste de indignação e se considera com o direito de reclamar quando um remédio "dado" lhe ocasiona uma dorzinha no bucho.
Não temos esse direito de reclamar!
Antes pelo contrário, demos graças à aspirina nossa (deles) de cada dia.

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