Sei que só eu
Posso me consertar.
Nenhum terapeuta
Ou psicanalista mamador de charuto
E comedor de merda
Mas logo eu?
Que me enrosco
Para rosquear uma lâmpada em seu bocal,
Um parafuso à sua porca?
Porca miséria!
Sei que só eu
Posso me consertar.
Nenhum psiquiatra
Ou remédio tarja preta
O pode.
Mas logo eu, porra?
Que não consigo
Nem desentupir uma pia,
Usar uma furadeira para pôr um quadro à parede,
Trocar a resistência do chuveiro?
Logo eu,
Aleijadinho
De quaisquer habilidades?
6 Comentários
Meses sem entrar no blog e encontro exatamente o q eu precisava ler. Grande abs marreta
ResponderExcluirPoxa, identifique-se, cara. Eu nem publico seu nome, só para eu saber.
ExcluirAntes alguém com uma necessidade especial mesmo que fazendo algo acima da média ainda tinha reconhecimento abaixo do que deveria. Atualmente é se "autoafirmar" como abcdefg e virar "exemplo" de ser humano.
ResponderExcluirNão sei se você entendeu a intenção do que escrevi, mas ela não diz respeito ao famoso escultor em si, muito menos faz referência a pessoas com deficiências, ou necessidades especiais, como é dito hoje.
ExcluirSó comentei porque tem gente que não sabe nem quem foi aleijadinho. Do jeito que as coisas estão é capaz de um guri falar que foi o gênio das pernas tortas da seleção brasileira. Para piorar é só aparecer alguns para dar like nisso.
ExcluirBelo poema, como sempre. Gostei do jogo "porca" e "porca", "enrosco" e "rosquear".
ResponderExcluirQuanto a trabalhos domésticos, gosto bastante. Sou viciado em andar em lojas de ferragens e ferramentas!
Abraços