Dry January is My Eggs

Recebi, no início do ano, por whatsapp, a proposta e o desafio de um colega de me juntar a ele no January Dry. Não sabendo que porra era essa - só conheço o dry martini -, mas já prevendo - aliás, prevendo, não, que eu não prevejo, eu deduzo - o pior, fui pesquisar. E não deu outra : em realidade catastrófica, minha dedução se fez.
O Dry January é uma prática que vem sendo incentivada a se tornar um costume, uma tradição nos EUA e no Reino Unido. E tenho, eu, cara de anglófilo, porra? Só não chamo o mouse do computador de rato (como o fazem em Portugal) para que minhas gatas não me escutem e queiram devorar o indefeso periférico. Sou Ariano Suassuna na veia, ora essa! Estrangeirismos, só uma bela e peituda sueca ou dinamarquesa.
Tal patifaria, que, em livre tradução, minha livre tradução, poderíamos chamar de Janeiro a Seco, consiste em "fomentar o não consumo de bebidas alcoólicas durante o primeiro mês do ano, em prol do bem-estar". Bem-estar de quem,  ianques caras-pálidas de merda?
Essa bebumfobia começou em 2011 e partiu da cabeça de camarão da britânica Emily Robinson, que, inscrita para correr uma meia maratona a se realizar em fevereiro, decidiu ficar sem beber em janeiro como forma de melhor se disciplinar aos treinos. E os resultados - para ela - foram além do esperado. Ela perdeu peso, passou a dormir melhor e a se sentir com mais energia para a vida.
A história é longa e enfadonha, mas acabou que, em 2013, o Dry January foi lançado oficialmente pelos ministérios da Saúde lá deles e a cada ano arrebanha mais adeptos, ou seja, mais mentirosos.
E eu tenho lá, por acaso, cara de quem corre ou pretende correr uma meia maratona? Hoje em dia, eu só corro de serviço. E, mesmo assim, o desgraçado sempre me alcança. Há muito, muito tempo, ainda no século passado, eu corria também de corno brabo. Mas esse esporte, além de ter se perdido no tempo e no espaço, não exigia correr longas distâncias. Era só correr por debaixo de uma árvore baixa que o corno ficava preso pelos chifres nos galhos dela.
Janeiro a Seco é o caralho!!! Ou, como diria o Sargento Fahur : Dry January is my eggs!!!
E logo Janeiro, caralho? Mês de férias? Sem hora para dormir nem para acordar? Mês em que eu não preciso tomar meus antidepressivos para aturar a patuleia, a choldra cada vez mais ignóbil? Nem fodendo! Nem por um cu!
Além do quê, não sei em terras do Tio Sam e do corno Charles III, mas Janeiro, por essas plagas, é o oposto de seco, é mês de enchentes! Em janeiro, eu quero mais é encharcar!
É o Flooded January.
Quanto ao tal colega que me propôs o desafio, bloquei-o, é claro!

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2 Comentários

  1. Nunca ouvi falar disso.
    Ariano Suassuna... Veio aqui tomar uma cajuína pouco antes de morrer.
    Curiosamente morei cinco anos entre Campina Grande e João Pessoa, mas apenas no cu do mundo foi onde o vi.
    Abraços

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    1. Eu também nunca tinha ouvido falar, até então.
      Deve ter sido uma ocasião muito interessante, ter tido esse contato com o Suassuna. Além do grande escritor e intelectual que era, também era uma figuraça, engraçadíssimo.

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