Buraco Bônus é o Seu Cu

Todos esses melindres, esses falsos pruridos, esses excessos de zelo e cautela, esses não-me-toques-não-me-reles, esses pisares em ovos para com a mini-mini-minoria dos trans, inters, não-binários e outros indecisos e indefinidos - sendo que a maioria dos que assim se autodenominam não possuem nenhum tipo de comprovação, nenhum laudo médico, psicológico ou psiquiátrico que corrobore a condição que dizem ter - ultrapassou os limites do bom senso, do surreal, até; em suma, os limites de qualquer paciência.
Há uma preocupação e, principalmente, uma patrulha ideológica digna de uma gestapo ou de uma Inquisição Católica no sentido de avalizar, normatizar e aplaudir e celebrar as neuroses e os distúrbios de autoimagem e/ou de identidade de uma infinitesimal parcela da população, que se sente ofendida e discriminada por sua própria condição biológica. Sua biologia lhe ofende? Foda-se. Arrume-se e resolva-se com ela.
E de neuroses e distúrbios da cuca, eu bem entendo, também padeço de um punhado deles. Mas eles são problemas meus, não posso, não tenho o direito - e me policio muito quanto a isso - de jogar para a sociedade a responsabilidade de lidar com eles, de esperar que outrem exorcize meus demônios, e que não são poucos.
Ah, mas eu não me reconheço no corpo em que habito... Ô, coitado(a)(e). Nem eu, ora porra. Eu queria ter o corpo e a cara do Brad Pitt, mas vou fazer o quê? Fundar o MSAG, o Movimento dos Sem Angelina Jolie, e transformar minha luta numa causa social? Que porra é essa? Cada um que dê conta de suas loucuras, junto de seus círculos mais íntimos se for o caso, familiares, amigos.
A sandice chegou a tal ponto que a instituição Jo's Cervical Cancer Trust, em conluio com a ONG Fundação LGBT, ambas britânicas, querem banir a palavra "vagina" dos dicionários. Cancelar a buceta! Pãããããããta que o pariu!!!
Como apenas cerca de metade da população mundial foi agraciada com a famosa xavasca e alguns muito poucos dos que não foram, justamente os trans etc, adorariam ter sido, anseiam por uma no lugar do pau, a palavra "vagina", segundo as duas instituições, pode ser tomada como um termo discriminatório, excludente de uma parcela da humanidade.
A perseguição ideológica ao termo "perseguida", segundo os desocupados idealizadores do glossário, portanto, é não ofender nem constranger ou imputar uma sensação de exclusão àqueles que tem um passarinho, mas prefeririam ter um gaiolão. A simples menção da palavra "vagina" poderia fazer com que um homem trans se sentisse magoado, ou angustiado. Ô, pobrezinho(a)(e). Já com o cu, creio eu, não há problemas, todo mundo tem, é órgão dos mais inclusivos - se é que vocês me entendem.
Tanto que as duas organizações disponibilizaram um manual interno denominado Linguagem a ser usada para apoiar homens trans e/ou pessoas não binárias. Uma espécie de glossário com termos apropriados para serem usados por seus funcionários com pessoas em tais condições.
Nesse glossário, "vagina" virou buraco bônus. Como se a fonte e a origem da vida, como se o motor que move e dá o mínimo de sentido à existência humana fosse um item opcional de fábrica. Um acessório. Não é. A buceta é a manjedoura e o manancial da vida, o Santo Graal da existência. Além de ser gostosa pra caramba de meter a rola.
Além de estourar as escalas de qualquer ridículo, há um erro conceitual ululante nessa nova designação da buceta, buraco bônus. A buceta não é o buraco bônus. É o básico. É o obrigatório. É o piso salarial do pau.
Buraco bônus é o cu. Se o cara souber dar um trato de acordo em sua mulher, fazê-la se derreter e quase desfalecer em seus dedos, língua etc, ela, felizinha da vida, não lhe negará a justa recompensa, conceder-lhe-á o tão esperado bônus, o jilozinho, o girassol.
Outra opção para o buraco bônus, também a constar do glossário, é chamar a vagina de buraco frontal. Outro termo também destituído de qualquer sentido prático. A vagina, é verdade, fica na frente, mas uma das formas mais prazerosas de bem possui-la é por trás; idem para o cu, que fica atrás, mas há poucas iguarias no planeta que se equiparem a comê-lo pela frente, de franguinho assado. A plasticidade da imaginação humana para a putaria não sabe o que é dorsal, ventral, anterior ou posterior, desconhece os limites da anatomia.
Mas o tal glossário não passou despercebido de outra dita minoria, uma das mais iracundas delas : as feministas. O que deflagrou o tipo de briga a que eu mais gosto de assistir. MMA, boxe? Porra nenhuma. Minorias x Minorias. Contenda em que ambos os lados se esbofeteiam, xingam-se, ofendem-se à vontade e não há vencidos nem vencedores, não há exequentes nem executados, ambos os lados são blindados.
Se é um homem, branco e heterossexual a criticar o cancelamento da palavra "vagina" em detrimento do conforto de uma mini-mini-minoria, logo ele é acusado de transfóbico. Se é uma outra minoria a criticar, fica tudo certo. É uma briga divertidíssima de assistir. É a cobra do politicamente correto mordendo o próprio rabo.
Uma das críticas mais ferrenhas do glossário é Bev Jackson, ativista dos direitos das mulheres e cofundadora da LGB Alliance, que argumenta que tais termos desvalorizam as mulheres : "Linguagem repugnante como esta, que intencionalmente desumaniza as mulheres, deve ser rejeitada por todas as pessoas razoáveis. O fato é que as mulheres têm vaginas. É terrível que alguém pense que a realidade é ofensiva. Se você acha que é ofensivo, o problema é seu - diz a feminista.
E arremata : "Não há razão para o resto da sociedade adaptar nossa linguagem para não ofender as pessoas que se ofendem com a realidade. Algumas pessoas desejam ignorar as diferenças biológicas muito claras entre homens e mulheres".
Perfeito. Rapaz, eu nunca pensei que fosse concordar com algo dito por uma feminista, mas essa me deu até tesão. Passar-lhe-ia, facilmente, a vara. Desde que, é claro, ela raspasse as pernas e os sovacos.
Mas isso é lá pros lados do Reino Unido, lá pras bandas dos domínios de Charles III, o Duque da Cornualha.
Aqui no Marreta, fiquem tranquilos, fiéis leitores. Aqui, vagina continuará a ser vagina. Ou melhor, um belo dum bucetão cabeludo.

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2 Comentários

  1. Quando vi isso de buraco bônus a primeira vez, pensei ser fake news. Mas é sério e assustador. Daí a relevância que as pessoas com dois neurônios se insurjam contra o avanço dessa agenda globalista perniciosa. Já chegamos ao fundo do poço. Até onde podemos descer mais?
    Até pessoas malucas e militantes desses movimentos sexuais, a exemplo dessa Bev Jackson, estão começando a ver o que ajudaram a fomentar.
    Cara, e quer saber? Elas que lutem. Quem mais apoiou essas pautas de esquerda foram justamente os movimentos feminista e, ainda que não feministas ferrenhas, muitas mulheres votam em peso "nas esquerdas". A hora de acordar já passou.
    Abraços!

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    1. Concordo. Elas que, agora, briguem entre si. E você não imagina o número de professoras lá da escola que foram ver a tal da Barbie e acharam o filme fantástico, um exemplo de empoderamento etc.
      Estamos mesmo fodidos.
      Abraço.

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