O Dia Mundial da Pizza

Sabem aquelas coisas de que vocês não gostam, mas que também não chegam a lhes repelir, a causar-lhes desconforto? Pois é. O telejornal matutino Bom Dia, São Paulo, sob a batuta do insoso, porém, tolerável, Rodrigo Bocardi, é uma dessas coisas para mim.
Mas acabo assistindo, vez ou outra, um pouco antes de ir para o serviço, enquanto tomo o café com a esposa, é aquele tipo de programa que a gente deixa lá correndo, sem prestar muita atenção, um programa de informações a mim desnecessárias (pois foca somente na capital do estado) e de curiosidades nada curiosas.
Através dele, fiquei sabendo logo pela manhã que hoje é o Dia Mundial da Pizza (sic) no Brasil; só para vocês terem uma ideia do naipe do jornal. E, segundo o boletim informativo, a capital paulista é a segunda maior cidade consumidora do mundo de pizzas. Qual a primeira? Não disseram. Imagino que seja Nova York, mas tô cagando se for ou não, nem vale uma pesquisadinha pelo Google.
São mais de 800 mil pizzas por dia produzidas e comercializadas por dia na capital paulista.
Os mais antigos registros sobre a iguaria são da cidade italiana de Nápoles, século XVII, cuja receita original, a pizza Napolitana (é claro), faz parte do patrimônio cultural imaterial da Itália e, praticamente, é a única que os carcamos das antigas, os carcamanos raiz, consideram como pizza. O selo de pizza napolitana só é concedido a duas versões : a marinara (a versão original) : massa, alho, azeite, tomate e óregano; e a marguerita : massa, muçarela, azeite, manjericão e molho de tomate. Qualquer outra receita, não é considerada pizza pelo italiano de respeito.
Porém, a redonda caiu no gosto mundial, sendo, praticamente, uma unanimidade global. Para vocês terem uma ideia, tem cara que nem gosta de buceta e de uns peitões, mas gosta de pizza. Assim sendo, a pizza rompeu as fronteiras da Itália e espalhou-se pelo mundo. E, como eu sempre digo, globalizou, popularizou, fudeu! Em cada região ou país, a pizza original foi sendo modificada, adaptada para o gosto dos habitantes e para ingredientes locais. 
No Brasil, pode-se dizer que ela não foi adaptada. Aqui, pra variar, ela foi é esculhambada, mesmo. Experimente dizer a um italiano raiz sobre uma pizza de chocolate, de banana, de goiabada, de brigadeiro, de abacaxi etc. No mínimo, e com toda a razão, ele agarraria os próprios colhões, encheria a mão e lhe balançaria o catzo.
Aproveitando que estou em férias e que, nos últimos tempos, apenas atividades manuais têm conseguido, minimamente, um pouco amenizar minhas crises de ansiedade, resolvi, pois, preparar uma pizza para hoje à noite.
Sim, o Azarão, entre outros tantos, também possui ocultos e subestimados talentos gastrônomicos, também sabe fazer uma boa massa de pizza. Três xícaras de farinha de trigo colocadas numa vasilha grande e funda, ajeitada em forma de vulcão, 5 g de fermento biológico seco (ou 15 g do fresco, no bom sentido), uma colher de café de açúcar e água morna (38ºC - 40ºC) o suficiente para encher a "cratera". Cobrir por 10 minutos, deixar o fermento agir, borbulhar. Em seguida, aos poucos, vá adicionando água morna até dar o ponto. Sove por 5 minutos e deixe dobrar de tamanho. Sove de novo e deixe dobrar outra vez de tamanho. E pronto. É só abrir sobre uma superfície enfarinhada. Dá um bom disco de massa nem muito fina nem muito grossa para uma assadeira de 35 cm de diâmetro. Deve ser pré-assada, em forno pré-aquecido, por 10 minutos a 200 ºC.
Confeccionei, é claro, uma pizza das antigas, uma marguerita. Tinha (quase) todos ingredientes em casa, o que evitava encarar um mercado, filas e, sobretudo, gente. Tinha já a muçarela, a farinha, o azeite, o molho de tomate e o azeite. Só me faltava o manjericão.
A contragosto, saí de casa e caminhei uns dois quarteirões até uma pequena quitanda. Comprei o manjericão na quitanda? Porra nehuma. Passando a quitanda, mais uns 50 metros adiante, há uma quaresmeira plantada na calçada em torno da qual cresce uma boa touceira de manjericão. Colhi uns galhinhos.
A pizza ficou pronta. Manter-lhe-ei em geladeira, protegida por filme plástico até à noite, quando a esposa chegar. Assar-lhe-ei, então, e a degustarei acompanhado de minha cervejinha sem álcool.


Mas para quem não tem as habilidades do Azarão e, em tempos econômicos bicudos que estamos, não tem condições financeiras de se fartar com a família em uma boa pizzaria, o negócio é, aproveitando-se do analfabetismo nacional, ficar de olho nas ofertas e promoções. Como a da pizzaria abaixo.


Pããããããããta que o pariu!!!!!!!!!

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3 Comentários

  1. Pizza individual para duas pessoas é realmente de foder! É a nova matemática, onde 1 + 1 = 1. Pããããããããta que o pariu!!!!!!!!!

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  2. Desconheço essa pizza marinara, mas deve ser sem graça pela ausência de queijo.
    Dei um Google aqui: NY é realmente a número um no consumo da iguaria.
    Nunca gostei de pizza com cerveja. Parece q triplica de volume no estômago.
    Bela pizza!
    Abç

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    1. Também só fiquei sabendo da existência da marinada quando dei uma pesquisada pra escrever o post e pensei a mesma coisa que você em relação à ausência do queijo.
      Abraço

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