O Fato é Que a Gente Perdeu Toda Aquela Magia

Mais do que assistir ao espetáculo do mágico
Ou do que ser o próprio mágico,
O que me inebria é me sentir parte da magia,
Sentir-me um dos ingredientes do sortilégio.
 
(Mais, muito mais que simplesmente os lábios, a língua, a saliva e os dentes,
Ser o beijo)
 
E é isso o que há tempos não sinto.
E é isso o que, vez em quando,
Vem me assaltar nas ruelas desertas da minha insônia,
Vem debochar de mim nos becos escuros dos meus arrependimentos. 

em tempo : o título do poema é um verso da canção Aquela Coisa Toda, do bardo Oswaldo Montenegro.

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7 Comentários

  1. Há anos não ouço Oswaldo Montenegro. Vou revisitar.

    Belo poema.

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    1. O Oswaldo Montenegro é sempre uma boa pedida. Gosto de A Lista, Travessuras, Agonia, Se Puder Sem Medo, Sem Mandamentos, Estrela e mais uma porrada delas.

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  2. Interpretei uma singela saudade de ser (e simplesmente ser) em seu texto.
    Amei. Amei demais.

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    1. Interpretou de forma certeira e sensível, Maju.
      Tenho visto regularmente o seu blog e você se mantém com uma produção das mais interessantes, gosto de muita coisa que vejo por lá, mas fico ou com um pouco de preguiça de comentar, ou não comento porque os poemas se encerram e se fecham em si, dispensam comentários.
      Bom que gostou.

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    2. Fico muito feliz e honrada em saber da sua presença por lá! E quanto a comentar, não se preocupe, acontece o mesmo comigo kkkk
      ❤️

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  3. Na maioria das vezes (ou até mesmo em sua totalidade) os "versos" que escrevo representam o que não consigo dizer diretamente, talvez pela intensidade do que os fez serem criados. Tenho pensado que o mesmo talvez aconteça com seus poemas. A diferença entre nós é a qualidade dos seus versos, infinitamente superioress às minhas tentativas.

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    1. Pois é, às vezes, eu tenho esses pequenos golpes de sorte. Você disse em relação às suas tentativas. Pois quando se trata de poemas, eu nunca tento de fato, nunca, por exemplo, escolho algo do que falar, me sento e fico procurando palavras; no caso dos poemas, ou eles surgem, à minha revelia, ou não. Às vezes, surgem precisando de algum esforço adicional, de um acabamento, de uma arte-final, mas em outras, como no caso desse, eles aparecem praticamente prontos. Eu não acredito nas musas, mas que elas existem, existem.
      Esse aqui, eu tinha acabado de me sentar à mesinha da sacada, posto o pen-drive com um zilhão de músicas para rodar no aleatório, mal dado dois ou três goles da cerveja e começou a tocar o Oswaldo Montenegro, a canção Aquela Coisa Toda. Imediatamente, surgiu pronto (com pequeníssimos retoques) o poema que leu acima.
      Então, talvez a diferença entre nós não seja a qualidade dos versos de um ou de outro, a diferença talvez seja que eu não fique fazendo tentativas, deixo as musas virem até mim. Não as como, infelizmente. Mas as deixo ficar batendo suas asas ao meu redor, feito as mariposas da música do Adoniran.

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