Respondendo A Uma Infâmia

Por conta da postagem Pintura Íntima, na qual eu colei uma foto da obra "O Grande Mural da Vagina", do artista plástico inglês Jamie McCartney, recebi o seguinte comentário anônimo, que reproduzo na íntegra, com todos os barbarismos linguísticos do autor : 
azarão seu mané te peguei em contradissão. Vc vive falando mau arte moderna, da bienal e agora coloca um quadro desse no blog. se fudeu seu corno kkkkkkkk
Realmente, caro anônimo. Você QUASE me pegou em contradição - é assim que se escreve, seu analfa. Você QUASE me pegou no pulo, de calças curtas. E teria mesmo me pego caso a obra em questão tratasse de qualquer outro tema que não o abordado, a famosa buceta. Tudo muda de figura quando o assunto é a buceta. Todas as opiniões, idealismos, intelectualismos, lógica e coerência, caem por terra.
Sendo a buceta, tudo vale. Arte barroca, clássica, renascentista, figurativa, abstrata, cubista, impressionista, rupestre, pop, moderna, primitivista, carloszefirista, tudo!
Para melhor ilustrar o que digo, valerei-me, caro anônimo, da sabedoria popular em sua forma mais precisa, contarei-lhe uma anedota, que as piadas, sem dúvida, são a manifestação mais fidedigna da sabedoria popular, a sua quintessência.
"O sujeito senta-se à mesa de um restaurante, pede um churrasco de picanha ao garçon e já se anuncia um grande conhecedor de cortes bovinos, que o garçon e o cozinheiro nem perdessem seus tempos tentando enganá-lo, fazendo-o comer gato por lebre, picanha por qualquer outra carne.
Ofendido, o garçon vai à cozinha transmitir o pedido ao cozinheiro e lhe conta a história. O cozinheiro resolve se vingar, vai à geladeira e pega um corte de maminha, maturada, selada e fatiada tal e qual se faz à picanha, prepara-a e manda o garçon serví-la ao expert em carnes, tem a certeza de que vai enganar o freguês.
À primeira mordida, o sujeito já identifica a fraude, chama o garçon, torna a fazer o aviso sobre seu conhecimento do assunto, e pede que, agora, seja-lhe trazido um  verdadeiro churrasco de picanha. O cozinheiro, machucado em seus brios, não se dá por vencido, vai travestindo de picanha e mandando ao freguês todas as carnes de seu repertório, e sempre com o mesmo resultado, fracasso, o freguês não errava uma.
Aí, o garçon pede ao cozinheiro que, finalmente, mande a picanha, o freguês era mesmo um especialista, não havia como lográ-lo. O cozinheiro diz ao fatigado garçon que fará uma última tentativa. Vai à sua câmara fria, pega de um quarto traseiro de uma vaca, faz um corte preciso em torno da buceta bovina, prepara cuidadosamente a mais nobre das carnes e a envia ao freguês.
O cara dá a primeira dentada, para um pouco, sente o paladar, pensa, e continua a mastigar, engole o primeiro naco; dá a segunda garfada, a terceira, e termina por comer, avidamente, todo o prato. O garçon e o cozinheiro sorriem satisfeitos e vingados, observando tudo de um canto do restaurante.
Terminada a refeição, o cliente chama o garçon e lhe diz : Garçon, buceta eu como de qualquer jeito! Agora vai lá na cozinha e me traz logo o meu churrasco de picanha!!!"
E é isso, caro anônimo. Buceta, o Azarão come de qualquer jeito, até buceta de Bienal.

Postar um comentário

0 Comentários