A 12ª Feira Nacional Do Livro De Ribeirão Preto (SP)

Ribeirão Preto é tida, desde os meus tempos de moleque, como a capital da cultura. E realmente. Da cultura do café (em seus primórdios), da cultura da cana-de-açúcar e das queimadas ilegais (atualmente), da cultura do chopp, das ruas sujas pelo lixo jogado por seus moradores, do sertanejo, dos bares nas calçadas a invadirem o espaço público e a incomodarem com seu barulho, de um dos trânsitos mais violentos do Estado, da falta de educação  generalizada, da cultura da falta de cultura, do transformar a ignorância em tradição, em tipicidade, em ponto turístico.
E não se deixem enganar, os menos atentos, pela presença de meia dúzia de boas faculdades em seus limites, elas existem isoladamente, como se num outro plano. As únicas influências acadêmicas que escapam dos muros das faculdades são as festas, as badernas, os carros com música no último volume infernizando as madrugadas.
Tanto que não existem mais que quatro ou cinco livrarias na cidade a servir seus mais de 600 mil habitantes, sendo que esses raros espaços estão nos hediondos shopping centers, onde se prestam mais a ponto de encontro para tomar café e colocar a conversa em dia que propriamente à leitura. Em Ribeirão Preto, mesmo as livrarias adquirem ares de boteco.
Por isso, foi com muito bons olhos - e até uma ponta de esperança, na época em que eu me dava a esses delírios - que recebi a notícia da criação da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, no ano de 2000.
A Feira, alocada no centro velho da cidade, acomodada entre seus belos prédios antigos, seria um evento destinado aos apreciadores de livros, aos dados à prazerosa prática da leitura. Seria um espaço em que travaríamos contato com os lançamentos mais recentes das grandes editoras por um preço razoavelmente abaixo dos praticados pelas livrarias, para estimular o hábito.
Seria. E até foi. Durante um tempo. Fiz grandes aquisições nas primeiras edições da Feira.
De 2008 para cá, porém e desgraçadamente, o povão, a ralé, descobriu a Feira do Livro. Não a Feira em si, óbvio, mas sim o espaço físico destinado à Feira; espaço ao qual, sendo ele público, a escória tem livre acesso. De 2008 para cá, o recinto da Feira do Livro foi tornado em ponto de encontro da vagabundagem.
Uma vez lá, eles transformam o ambiente, outrora tranquilo e contemplativo, numa extensão das fossas de que emergiram, infestam a Feira com toda a sua miséria ( e aqui não me refiro à miséria monetária), ignorância e maus modos.
A Feira do Livro de Ribeirão Preto, outrora frequentada por gente de bem e ordeira, hoje é habitat e palco para a mais variada fauna da marginália humana. O que há de pior das gentes, principalmente da desregrada adolescência atual, desemboca na Feira do Livro.
Protegidos pela força e pelo anonimato do bando, do rebanho, eles roubam, fazem uso e comércio de drogas (legais e ilegais), provocam brigas e tumultos, assediam sexualmente, depredam patrimônio público, invadem lojas e supermercados adjacentes onde se servem de seus produtos sem, lógico, pagá-los ao caixa etc. Domingo próximo passado, houve tiroteio com a prisão de mais de dez pessoas, que já devem estar soltas por aí.
Como se não bastasse, o pior vem depois. Sempre ávidos por uma publicidade fácil, vêm os psicólogos, os sociólogos, os pedagogos e os educadores de plantão, todos em defesa da patuleia. 
Ouvi uma idiota destas dizer, em um programa de uma emissora da TV local, que a culpa não é deles, que na verdade eles não estão preparados para usufruir daquele espaço. E eu com isto?
É sempre a mesma conversa pra boi dormir : o safado nunca tem culpa, o meio o tornou assim, não o educou, o meio sempre o excluiu, a agressão é a resposta dele a uma sociedade que nunca lhe deu iguais oportunidades (tadinho...) etc etc etc.
O bandido, o escroto, o filho da puta, é sempre inocente na boca dos defensores dos direitos humanos. Aliás, como eu ouvi num dia desses, e achei bem legal a sacada, no Brasil não há direitos humanos, há somente direitos para os "manos". Sendo "mano" uma gíria que designa o safado, o vagabundo, o malandro, o cara que vive de pequenos crimes, o delinquente; em suma, a fina flor da sociedade.
Se o "mano" não está preparado para frequentar determinados ambientes, ele que não os frequente. Digo mais : ele deveria ser impedido de frequentá-los, proibido, barrado, expulso se necessário. Quer dizer, então, que os "mano" não têm educação e quem a tem que se foda? Os "mano" nunca quiseram se educar, e os que se educaram e se instruíram à muita labuta que se danem?
Ora vá à merda, dona psicológa-pedagoga-educadora. Leve um desses coitadinhos para coabitar com a senhora em vossa casa, e não reclame se acordar com o cu ardendo.
A idiota seguiu dizendo que o "mano" (o desprivilegiado cultural, nas palavras dela) compõe a pluralidade cultural de uma sociedade, que o seu jeito de falar, vestir, expressar-se, tem que ser respeitado e, pasmem, valorizado.
A diversidade tem que ser respeitada, concordo. Desde que ela se adeque e responda a um único e, de preferência, inflexível conjunto de leis, a uma constituição severa. Diversidade fora da lei, como é a dos "mano", não tem que ser respeitada porra nenhuma, tem é que ir para a cadeia.
O lugar destes invasores da Feira do Livro não é rodando por entre seus stands, é circulando no pátio de uma cadeia, tomando o banho de sol semanal, sob a mira dos rifles e dos rottweilers.
Eles que se reúnam em bandos, eles que se juntem aos seus, eles que exerçam a sua cultura de "mano" à vontade, que se matem e que se comam. Trancafiados, porém. Como é de costume em qualquer país e/ou sociedade que se diga - ou se pretenda - civilizada.
Por aqui, eles estão soltos, a disseminar o seu mal, a sua epidemia, a sua peste. Com o beneplácito da lei.

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1 Comentários

  1. Sempre tem espaço pra mais...
    Mais sem tirar nem por... Pontual... Letal,fatal ao falso moralismo.
    Uma marretada, digna do próprio Thor.

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