Canetas, Para Que Te Quero

Se tem um cara que não perde tempo em,  por exemplo, ficar namorando vitrines de roupas ou tênis de grife, caríssimos, desejando-os, adquirindo-os em incontáveis prestações, esse cara sou eu.
Menos ainda, impressionam -me carrões importados, verdadeiros imãs de buceta, expostos nos amplos salões das exclusivas concessionárias perfiladas nas grandes avenidas da cidade.
Computadores, tablets, celulares, smart vs e as mais sortidas traquitanas digitais de última geração, também não me causam nenhuma comoção - computador, uso ainda um notebook comprado em 2006; originalmente com Windows Vista, mas já devidamente upgradeado para o Windows 7.
Restaurantes caros e gourmets, hotéis e resorts cinco estrelas, até os assisto em programas televisivos de viagens e de gastronomia, mas também não me despertam nenhum tipo de cobiça.
Mesmo a cerveja de que tanto falo, não me demoro a apreciar as prateleiras com os incontáveis rótulos que hoje existem de artesanais, puros malte etc. Não fico a ambicioná-las feito um cachorro em frente àquelas máquinas de assar frango com espetos rotativos. Não tenho vontade alguma de experimentar cervejas com mel, frutas vermelhas, laranja, maracujá, coentro. Acho tudo isso um saco.
Mas se tem algo que me cativa, que me faz retardar meus passos em alguns minutos a contemplá-las, embora eu não saia a comprá-las desvairada e compulsivamente, são as seções de canetas, nas papelarias e nos supermercados.
Não canetas chiques, feito a até hoje inexplicada e de origem duvidosa Mont Blanc com que Lula assinou a sua posse. Gosto de canetas esferográficas normais, comuns, as BICs da vida. Apetece-me saber das novidades do setor, apreciar suas quase infinitas paletas de cores e modelos.


Encantam-me os gérmens dormentes e incubados que as canetas são. São possibilidades a hibernar em pequenos tubos coloridos. Embriões congelados. De livros, cartas, diários, recados, poemas, tratados científicos. Só resta achar-lhes a adequada barriga de aluguel. Torcer para que sejamos nós essa barriga. Ao comprar uma caneta, mãos hábeis em usá-la podem estar a levar para casa uma obra-prima em potencial, e por uns poucos reais.
Particularmente, gosto das verdes e das roxas.

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6 Comentários

  1. Olá, Marreta. Também gosto de canetas. Tinha algumas no estilo montblanc, mas mais modestas (crown e aquelas parker baratas- inclusive essa me foi dada por um portugues que dizia ter encontrado na rua).
    Me animo por lápis. Gosto de escrever com lápis de maciez alta 4B pra cima. Já tentei mudar para lapiseiras, porta minas e coisas do tipo, mas sempre volto para o lápis, pelo custo beneficio. Certa época me aventurei a comprar lápis mais caros, como Koh i noor e os da alemã Staedler. Hoje me contento com os Faber castell simples.
    Abraço!!

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  2. Chegou a conhecer a Denise na Bauhaus? Ou o Lourenço?

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  3. Dois comentários: o Windows 7 (intalado no computador que uso) não é mais atualizado pela Microsoft. Aqui em casa, basta eu antrar na internet que aparece uma sugestão para mudar para Windows 10. Meu filho diz que o computador é muito velho enã aguenta (mais ou menos como um sujeito de 90 anos casar com uma gostosa de 20). O outro caso é este: tenho dois primos que nasceram ricos (o mais novo morreu de covid por se recusar a tomar vacina). Quando estavam no curso primário minha tia higienizava lápis, borrachas e canetas Parker 51 (meu sonho de consumo na época). Em agradecimento por essa tarefa inútil, eles mastigavam (literalmente) e quebravam as canetas tinteiro.

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    1. Aparece o mesmo aviso para mim, que não há mais atualizações para a versão do Windows que uso. Vou tocar enquanto der. Talvez o Windows 8, sei lá.

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  4. Vou repetir a pergunta que deixei como comentário lá no Linguiça: por que você não faz o mesmo que estou tentando fazer? Você tem muito mais material que eu publiquei no Blogson, seus textos têm uma ironia e um sarcasmo espetaculares, seus poemas são super legais. Se você desprezar os textos datados ou falando de política tenho certeza que publicaria fantásticos e-books. E a vantagem é que é "de grátis". Ao contrário de mim, você ainda tem inspiração para novos textos e deve continuar a alimentar o Marreta, mas nada impede que publique alguns e-books com seleções de textos que escreveu ao logo da vida do seu blog. Creio que isso te faria feliz. E você tem público para isso. Abraços.

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