Carcereiros

Mantenho
Meu pássaro azul,
Meu licantropo,
Meu Mr. Hyde
Meu Saci
(De quem furtei a carapuça
E não me lembro de onde a escondi),
Meu Rubens,
Devidamente sedados
Agrilhoados
E trancafiados
Nas jaulas dos meus medos,
Nos calabouços da minha insegurança
Do meu comodismo
Da minha covardia.

Por que
Não são eles
Que não me alvejam com dardos tranquilizantes
E doses de vodka,
Que me algemam e me amordaçam?
Por que não são eles
Que não me jogam numa masmorra
A pão e água
E à abstinência de meus desejos?
Por que não são eles
Os meus carcereiros,
A carregar
À cintura,
Pendurado no passador do cinto da calça,
O molho de chaves
Das celas da Realidade?

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