Eu, um Antioásis

As pessoas circulando pelas praças,
Seus cachorros cagando nas calçadas e nos canteiros,
Suas crianças violentando os tímpanos da manhã de sábado,
O maconheiro flanando feito um zepelim.
 
A terra roxa gozada de chuva,
As minhocas a garantir que os trens de metrô saiam e cheguem nos horários,
Os tatuzinhos-de-jardim a jogar sua "pelada" de fim de semana,
As saúvas em procissão com suas sombrinhas de flor de quaresmeira.
O jambo amarelo que cochilou e caiu de seu galho,
O cajá, a pitanga
A vagem do flamboyant.
Até os automóveis tossem e zunem prenhes ao redor.
 
E eu, uma ilha de solo lunar à deriva nesse oceano tempestuoso de vida.
E eu, um antioásis.

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