Que Fossa, Hein, Meu Chapa, Que Fossa...(45)

Manuel Bandeira, o meu modernista preferido.

DESENCANTO 
Eu faço versos como quem chora 
De desalento… de desencanto… 
Fecha o meu livro, se por agora 
Não tens motivo nenhum de pranto. 

Meu verso é sangue. Volúpia ardente… 
Tristeza esparsa… remorso vão… 
Dói-me nas veias. Amargo e quente, 
Cai, gota a gota, do coração. 

E nestes versos de angústia rouca 
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca :
 - Eu faço versos como quem morre.

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2 Comentários

  1. Bateu até uma saudade do "todo castigo pra corno..." Põe aí um musicão.
    "J"

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    1. também tô com saudade do todo castigo pra corno é pouc, alíás tô com saudade de mim nesse blog...
      vou tentar providenciar

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