Velhos Amigos

Uma saudade do caralho de vocês, velhos amigos...

São velhos amigos que se encontram
Apenas para celebrar o reencontro.
Malditos sejam os motivos que os separaram,
Malditos sejam os motivos que separam
As pessoas unidas pela solidão e pela noite eterna,
A única eternamente fiel e imutável,
Confortando sob seu manto negro
Os acometidos pelo frio e pelo fel da angústia.
A fumaça e o álcool
Ajudam a restaurar as afinidades perdidas
E a ignorar as diferenças adquiridas ao longo dos anos de separação.
Então,
Os risos sepultados em algum lugar da vida
Correm fácil e desatinados
E os delírios proliferam feito ratos na imundície.
Bem-aventurados sejam os delírios
Que, de tempos em tempos, unem velhos amigos
Que, há muito, já deixaram de sonhar.
Bem-aventurados os delírios
Que ainda impulsionam velhos amigos,
Uma vez que a esperança,
Sabidamente a última que morre,
Há muito já descansa em paz.
São velhos amigos que precisam de novo se despedir :
Sejam banquete pros vermes
Os responsáveis por essa separação.
Vão todos com sorrisos nos olhos
E lágrimas covardemente escondidas nos cantos das bocas.
São velhos amigos
Que, para se encontrarem,
(desconheço sina mais triste)
São obrigados a se separar.

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