Novembro Azul : A Parte Que Lhe Toca.

É o mês do alcaguete, do X9, do dedo-duro. Valha-nos, São Bezerra da Silva!
Novembro é o décimo terceiro do urologista. E o décimo quarto. E o PIS/PASEP. Em novembro, o cara garante o IPVA, o IPTU, a rematrícula e o material da escola das crianças. Tudo às custas do nosso cu. Novembro azul na conta bancária do médico, e vermelho no nosso toba.
Tem urologista sem horário pra atender, tá tendo que "encaixar" entre uma consulta e outra. Tem urologista até com o dedo mole. Tá pondo prótese no dedo médio, o fura-cu, tá tomando viagra pra falange, pra falanginha e pra falangeta.
Novembro é o mês do fio terra. Vou pôr é cerca elétrica no meu!
Em alusão ao Outubro Rosa, mês dedicado ao combate ao câncer de mama e, principalmente, à venda de camisetas promocionais, postei aqui uma foto com duas gostosas peitudíssimas a bolinar os melões uns da outra e sugeri às leitoras do Marreta, as Marretetes, que convidassem uma amiga para se auxiliarem mutuamente na apalpação das tetas - uma forma lúdica, leve, travessa, menos sisuda e carregada de preocupação de realizar tão importante exame.
Recebi, dias depois, um comentário anônimo, provavelmente de um viadinho politicamente correto - que, doravante, por economia de digitação, representarei por VPC - me chamando de otário, perguntando se eu já passara por tal drama, ou alguém a mim próximo, um parente, um ente querido, por eu brincar dessa maneira etc.
Não publiquei o comentário. Não publico comentários de patrulheiros ideológicos, de politicamente corretos. Tenho verdadeiro nojo dessa gente. São subvermes. Tumores, já que o assunto é esse. Dos malignos. Metastasearam o planeta, os VPC.
O VPC, com certeza, considerou imprópria, mesmo desrespeitosa, a minha abordagem lúdico-erótica do assunto - vai ver que nem é chegado nuns tetões.
Gente assim pensa e espera que, por tratar melhor o mundo e as outras pessoas (por pensar que trata, petulantes cagadores de regras que são), por ser (na equivocada e mal-intencionada concepção dela) educada, polida e cordial com os diferentes a ela e usar da nomenclatura aprovada pela ONU e pelos Direitos Humanos para se referir a tudo e a todos, o mundo e as outras pessoas também a tratarão melhor, de forma especial. O caralho.
Gente assim pensa que tratar com seriedade, circunspecção e solenidade a questão do câncer, vá fazer com que ela fique imune a ele; ou, no mínimo, que o câncer, vendo com que grande respeito ela se lhe dirige, a acometerá de forma mais branda. O caralho.
Gente assim pega câncer é no cu! E daqueles brabos. Que não deixa prega sobre prega. Gente assim, antigamente, sempre em baixo tom de voz, chamava câncer de "doença ruim", ou de "c.a."
E pra não dizerem que não falei das pregas, para não me acusarem de novembrofobia, a proceder de mesma forma que para o Outubro Rosa, deixarei uma dica lúdica e peralta para auxiliar o VPC em tão delicada e dolorida questão.
Chame um amigo - VPC sempre tem um amigo do peito, no caso, do cu, um "parça", um confidente -, vá para o apartamento dele, ou o convide para o seu, apague as luzes, acenda umas velas aromáticas, ponha um Elton John, um George Michael, um Rick Martin, um Renato Russo cantando em italiano (strani amore...), ou um Village People na vitrola, ops, na vitrola, não, que vitrola é coisa de macho das antigas, VPC tem é ipod com bluetooth , abra e faça um brinde com uma boa cerveja artesanal, ou com um vinho orgânico e autossustentável - VPC adora degustar... -, converse amenidades para quebrar a tensão e o gelo, então, é só se colocar ou de quatro, ou de ladinho, ou de franga, caprichar no KY e pedir que o amigo proceda com o preventivo e fraternal exame.
Só fique atento para que apenas uma mão do amigo lhe pouse sobre o ombro; se, de uma hora pra outra, sem avisar nem pedir licença, você sentir as duas mãos do amigo postas em seus ombros, ele não estará mais a fazer o exame de toque, estará a realizar o sonho de sua vida!
Pããããããta que o pariu!!!
Até o reino animal aderiu ao Novembro Azul
Exemplos de exercício da cidadania consciente não faltam, muitos vindos de onde menos se espera. Até os gladiadores machos pra caralho do futebol, esporte brasileiro por excelência, embora bretão na origem, não vacilam quando o assunto é o câncer de próstata. Assumindo seus compromissos para com a sociedade, mostram como realizar o (quase) autoexame.
Por essas e por outras que eu nunca joguei futebol. Nem pebolim. Nem de botão. Aliás, muito menos o de "butão".

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2 Comentários

  1. Fico imaginando os VPC com a eleição do Trump! Tentei imaginar um deles "traduzindo" o seu engraçadíssimo texto, mas confesso não ter capacidade para isso. Por exemplo, "caralho". Qual será o equivalente VPC? Agora, futebol realmente é brabo. Imagina só, todos os jogadores do mesmo sexo e um deles entra com bola e tudo. É ruim, heim?

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  2. É, meu caro, a gente colhe o que planta

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