Empoderamento Feminino

De uns tempos para cá, uma nova palavra de ordem foi adicionada à escrota cartilha do politicamente correto, o empoderamento feminino. De uma hora pra outra, ou, pelo menos, no que me pareceu ser de uma hora pra outra, cartazes, folhetos explicativos e até pichações com bravatas do tal empoderamento feminino começaram a pulalar e a poluir visualmente o ambiente.
Em postes, nos pontos de ônibus, nas costas das bancas de revistas, nos muros etc, ONGs feministas a convocar suas recrutas para a guerra. Guerra contra quem? Ora, contra quem... Contra o homem, branco e heterossexual, o mal do planeta, o inimigo de tudo que se move, o algoz da Criação; isso, claro, segundo os encostados, oportunistas, incapazes e mal-intencionados que abraçam fervorosamente o discurso do politicamente correto, que se autovitimizam como meio de vida. 
Se você é HBH - homem, branco e heterossexual -, deve ter vergonha de si mesmo, deve se desculpar com todo o resto da humanidade, a qual você tanto oprime e explora. Se você é homem, todos os problemas que se colocam perante as mulheres são culpa sua, até a menopausa é culpa sua; se você é branco, todas as injustiças enfrentadas pelos negros, pelos judeus, pelos orientais, pelos árabes, pelos indígenas, pelos aborígenes, pelos incas venusianos etc, são culpa sua; se você é heterossexual, todos os reveses que ocorrem na vida dos LGBTs são de sua responsabilidade. Você é o cancro do planeta. Ora, porra, vão todos à merda. Todos enfrentam problemas, injustiças e sofrem reveses na vida, o tempo todo; mas só os acomodados, só os braços curtos os atribuem ao seu gênero, etnia ou orientação sexual.
Para me informar corretamente do que seria a porra do empoderamento feminino, fui a uma fonte de consulta confiável, ao site da ONU, mais especificamente ao da ONU Mulheres Brasil. E lá está : "promover a equidade de gênero em todas as atividades sociais e da economia são garantias para o efetivo fortalecimento das economias, o impulsionamento dos negócios, a melhoria da qualidade de vida de mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento sustentável".
Equidade, atividades sociais, impulsionamento, desenvolvimento sustentável... Tudo lugar-comum, tudo clichê. Só não tem mais chavão por falta de frase. E todas essas paridades, claro, obtidas apenas na base do discurso, do blá-blá-blá, da lenga-lenga. Trabalhar que é bom para tal, nada. Quer equidade, paridade e blá-blá-blá? Trabalhe, estude e se mostre tão produtivo e necessário quanto aquele que você tanto inveja; torne-se tão competente quanto ele, não o culpe por ser mais capaz que você, isso é problema seu.
Não obstante a sabedoria de para-choques de caminhão por detrás do tal empoderamento feminino, eu lhe sou simpático. Fazer o quê, meninas? Todo mundo tem um ponto fraco, vocês são o meu, por que não?
O Marreta dá o maior apoio ao empoderamento feminino.
Empoderem-se, meninas, empoderem-se de todos os cargos, postos, posições, cidadelas e fortalezas outrora exclusivas do homem (quanto mais vocês trabalharem, menos precisarei eu), empoderem-se das lanças, das clavas, das maças e dos tacapes, cacem o mamute em nosso lugar, dos trogloditas, empoderem-se de nossa frieza, insensibilidade, truculência, ganância e ambição desmedidas, empoderem-se de nossos cabelos no sovaco, empoderem-se do estresse, dos infartos fulminantes, das horas a menos passadas com os filhos, empoderem-se também das contas do bar e do restaurante, da chave de roda para trocar o pneu, do choque de 220 V na hora de trocar a resistência do chuveiro, da força descomunal para abrir o vidro de palmitos ou o de azeitonas, do serviço militar obrigatório.
Empoderem-se, meninas, sobretudo e por favor, de nossas picas. Empoderem-se delas com unhas e dentes, com lábios de batom carmim e saliva, com rabos e buças. Empoderem-se meninas, empoderem-se. 
Isso sim é uma bela duma empoderada!

em tempo : se isso de pleitear equidade for mesmo sério - não é, sempre há um desejo de privilégios por detrás de cada causa igualitária -, que tal começarmos, homens e mulheres, a nos aposentar com mesma idade e tempo de contribuição, e não com cinco anos a menos para o sexo "frágil"?

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9 Comentários

  1. Só observo esses modismos que surgem todos os dias, tô esperando minha vez de ficar na moda. Tipo velho que joga todos os dias no mesmo número, acho muito bacana esse costume, sempre me pareceu um daqueles legítimos caprichos que só gente de alma antiga ainda se lembra o que é. Antes tradicionais caprichos e vícios, hoje vícios e traíções impessoais: jogos do poder rsrs. Achei o texto diferente.
    "J"

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    1. Sei, sei, diferente... Gostou foi da foto, né?

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    2. Enquanto estava escrevendo a porra do comentário, pensei, vou apagar esta merda, gostei foi da foto mesmo. Sacanagem, mas o texto tb ficou bom adicional.
      "J"

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  2. "empoderem-se também das contas do bar e do restaurante", ênfase nisso.
    E de servir o exército por obrigatoriedade? Fui comentar isso com uma feminista alguns meses atrás, ela simplesmente respondeu que o Patriarcado existente no exército é um problema dos homens, que nós temos que resolver. Ai está o esforço pela igualdade...

    Fato é que o feminismo já se tornou um marketing (algum dia não foi?) e está meio batido, daí se inventam novos termos.

    Alguns dias atrás li uma pesquisa, dizendo sobre a diferença de salários entre homens e mulheres, que o sexo masculino chega a ganhar 40% a mais que o feminino. Ai me atentei para o gráfico de horas trabalhadas, e, para minha surpresa (nem tanto assim) o mesmo apontava que atualmente os homens trabalham em média 40% a mais que as mulheres nas grandes empresas. O que dizer de algo assim? E isso foi utilizado como prova de desigualdade (os salários). Algumas pessoas questionaram o que informei, das horas trabalhadas, e disseram que não se pode comparar pois as mulheres fazem o serviço de casa e não recebem nada por isso. Oras, na minha e muitas famílias que conheço, fazem duas gerações ou mais que os homens da família cozinham, lavam, limpam, organizam, e as mulheres, ou fazem o mesmo, ou um pouco mais quando não trabalham fora.

    Se formos ver, o movimento feminista teve lá coerência há algum tempo atrás, quando não se tinha participação massiva da população feminina no direito ao trabalho, etc, blá, blá, blá. Hoje, como muitos grupos de direitos X, direitos Y, direitos não sei o que, é mais falta do fazer, misturado à lavagem cerebral realizada pela mídia.

    Observação 1: Estive procurando emprego por um tempo, após sair do Santos Dumont, e antes de resolver trabalhar por conta com Informática, e, para minha surpresa (novamente, não tão surpresa), a maioria das entrevistas eu não era contratado pois davam preferência à mulheres.

    Observação 2: Ao caminhar pelo centro de Ribeirão Preto, próximo ao Teatro Dom Pedro, tu já foi parado por algum integrante do Greenpeace? Estão por toda parte, e cada vez mais ridículos.

    Observação 3: Boa noite, e escrevi quase uma Bíblia, só faltou as passagens de matança e maldições.

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    1. Poxa vida, você deixou de fora justamente a melhor parte.
      Posso transformar esse seu comentário em uma postagem adicional ao assunto do empoderamento?
      Eu também, como você sabe, sou quem cuida de 90% dos afazeres domésticos aqui de casa; trabalho fora de casa menos horas que minha mulher e ganho, portanto e logicamente, menos. Simples questão de aritmética. Acontece que, no geral, na média, a mulherada não é boa em matemática, são mais chegadas a uma pedagogia, ainda mais quando lhes é conveniente.

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    2. Claro que pode, sem problema.

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  3. Eu também tenho notado que esse neologismo (creio que é neologismo) está na moda. Vira e mexe alguém usa essa merda, provando que clichê é alívio para o ato de pensar. Eu sei que a língua é viva e que acabará oficializando, dicionarizando essa palavra. Mas, sem sacanagem, a palavra é tão feia que dá vontade de que a língua fosse morta. JB.

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    1. Rapaz, vira essa boca pra lá, não fique rogando pragas na língua não, esse prodigioso órgão, que serve, inclusive, para o sentido do paladar e para coordenar a fala.
      Ainda mais depois que chegamos a uma certa altura da vida, se nos morrer a língua, o que nos sobrará? Os dedos?
      E viva o velho Vinícius de Moraes.

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    2. Eu estava me referindo à "última flor do Lácio", pô! A outra, quanto mais viva melhor.

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