Rússia Põe o Greenpeace em Seu Devido Lugar : na Cadeia

Brasileiro é foda! Acostumado às licenciosidades morais e, sobretudo, legais das tristes terras descobertas por Cabral, habituado à uma Constituição frouxa, que é quase um colo materno para o vagabundo e um implacável algoz para com o honesto, pensa que em todo o resto do mundo é assim que a banda também toca.
Aqui no Brasil se pode ir para as ruas fazer baderna, promover arruaças, quebrar prédios particulares e públicos, confrontar a polícia, tacar fogo em ônibus, compor blackblocs de mascarados (um nome chique para quadrilha) etc, que nada acontece ao marginal. Ou melhor, até acontece. O transgressor, o vagabundo, o pilantra, o traste, pode ser transformado em ídolo das redes sociais, pode virar uma celebridade instantânea do facebook, do twitter, ou de outra qualquer dessas merdas.
Assim, o brasileiro se esquece de que existem países verdadeiramente civilizados, países em que a Justiça, de forma inacreditável para nós, põe no cu daqueles que transgridem suas leis, suas severas leis, destinadas à proteção do honesto.
Assim, o brasileiro se esquece de que existem países onde ser cidadão não é fazer o que se quer, o que lhe der na telha, não é bagunçar o coreto em nome de direitos que se pensa ter; ser cidadão é obedecer, como todo o resto da população, a um único código de leis, é se submeter a um único conjunto de (muito mais) deveres coletivos e (muito menos) direitos individuais. Ser cidadão é ser igual, ou, pelos menos, ser tratado igualmente. O cidadão, em uma verdadeira democracia, não é um ente individual, é parte de uma coletividade.
Assim, o brasileiro se esquece de que existem países nos quais a Constituição é direcionada à defesa e ao bem-estar da maioria trabalhadora e honesta, não a dar privilégios para minorias escrotas, vagabundas, encostadas e oportunistas.
Assim, mimado que sempre foi pela permissiva e omissa mamãe-pátria, o brasileiro sai da casa dele e vai fazer bagunça na casa dos outros, também seguro de que nada vá lhe acontecer, crente de que sua transgressão vá ser tomada apenas como uma traquinagem, um delito sem importância, uma "arte" de moleque, confiante de que considerarão a sua peraltice muito engraçada, o bonitinho da mamãe e da vovó.
E é aí que ele se fode!
Foi o que aconteceu a um grupo de ativistas do Greenpeace, preso na tentativa de vandalizar uma plataforma de petróleo russa; entre eles, uma brasileira, a bióloga gaúcha Ana Paula Maciel. Parênteses 1 : ativista é o nome que hoje se dá ao baderneiro; Greenpeace é uma máfia mundial de fachada ecológica e ambientalista.
No dia 18 de setembro deste ano, 28 ativistas da Greenpeace, um operador de câmera e um fotógrafo foram detidos pela Guarda Costeira russa, que abordou o barco da organização. Pouco antes, dois ativistas subiram em uma plataforma petrolífera do consórcio russo Gazprom, com o objetivo de denunciar os danos ao Ártico, resultantes da extração de petróleo.
Parênteses 2 : são contra a exploração do petróleo, e esse barco com o qual chegaram à plataforma de petróleo, era movido a quê? Será que o navio do Greenpeace é movido a energia solar, eólica? Será que os ativistas do Greenpeace singram os mares em defesa das foquinhas e das baleiinhas a bordo de modernas caravelas? Será que cada um desses 30 ativistas não têm lá os seus carrinhos, ou até os seus carrões? Andarão a pé pelo mundo, os paladinos da natureza? Ou atravessarão os continentes, a levar a grande consciência ambiental à humanidade, esfolando e assando seus ecológicos cus em selins de bicicletas? Duvido! Truco! Corto meu saco se. As duas bolas.
Voltando : foram grampeados e estão no xilindró russo desde então, na Corte de Murmansk, onde permanecerão até o dia 24 de novembro, data de seus julgamentos. O navio do Greenpeace também foi apreendido.
Certíssima, a Justiça Russa.
A brasileira Ana Paula Maciel e os outros ativistas responderiam, inicialmente, por crime de pirataria, cuja pena alcança os 15 anos de reclusão, mas ontem, 23/10, a Justiça russa amenizou as acusações aos ativistas, mudando a classificação do delito de pirataria para vandalismo, cujas penas são mais brandas, atingindo um máximo de 7 anos.
Está certíssima, a Justiça russa. Feriu a lei, cadeia no sujeito. Sem dó nem piedade, que nenhum desses atributos o transgressor demonstra ao cometer seu delito. 
E aí o que faz o desordeiro quando pego com a boca na botija? Qual o último recurso do safado? Dar uma de vítima, de coitadinho, partir para a chantagem emocional. Dar uma de coitadinho, aliás, é uma das especialidades do brasileiro : fotos de Ana Paula Maciel, atrás das grades, vestindo o uniforme cinza da prisão e segurando cartazes pedindo por liberdade, já circulam pela net.
Posar de coitadinha, lógico, não comoveu os russos, mas comoveu o governo brasileiro, que resolveu, via Ministério das Relações Exteriores, fazer o que o governo brasileiro faz melhor, defender infratores, intervir em favor da moça. Todo um corpo diplomático posto à disposição de uma desordeira. 
Até onde eu sei, o Ministério das Relações Exteriores promove os interesses do Estado junto a outros governos e organizações internacionais, e atua em assuntos relativos à soberania nacional. Em qual desses dois essa moça se encaixa? 
Até o embaixador do Brasil na Rússia, Fernando Barreto, chegou a assinar uma carta de garantia pedindo que a brasileira respondesse ao processo em liberdade. No documento, o Brasil se responsabilizava pelo bom comportamento da ativista durante as investigações e pelo comparecimento dela aos tribunais sempre que solicitado. O pedido foi negado. A brasileira continua no xadrez. Com russo, não tem conversa, não têm panos quentes.
Por que uma arruaceira recebe toda a atenção de diplomatas e é tratada como se fosse um assunto de interesse nacional? Não tem outra resposta, é o que eu digo sempre aqui : o brasileiro tem enorme predileção pela bandidagem.
Tanto que os ativistas procedem de 19 países - Brasil, Rússia, EUA, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Dinamarca, Finlândia, Suécia e França - e, segundo o Greenpeace, só o Brasil enviou à Rússia esse tipo de documento, só o Brasil tentou intervir pelo filhinho mimado e malcriado.
Acho que os outros países estão até gratos à Rússia, por livrá-los de alguns desocupados.
E não venham com essa de que o ato do Greenpeace foi um protesto pacífico, invasão nunca é algo pacífico. Esse tipo de coisa pode ser considerado um ato legal, uma conquista social etc, aqui no Brasil e em alguns outros países do mundo, mas na Rússia é crime grave. 
Na Rússia, protestar é crime, se certo ou não, a questão é lá com eles, e eles não estão convidando ninguém a ir morar lá. O ato foi cometido em território russo, portanto, não importam as nacionalidades dos ativistas e o que as leis de seus respectivos países dizem a respeito do que fizeram,  na Rússia, eles são criminosos, e ponto. E criminoso lá não tem refresco, vai pra cadeia, mesmo.
Como o barco do Greenpeace tem banderia holandesa, a Holanda, forçosamente, terá de tomar parte do processo, realizará uma audiência do Tribunal Internacional do Direito do Mar para decidir sobre a apreensão do barco do Greenpeace e a detenção dos tripulantes.
A respeito dessa audiência, o governo russo já mandou seu recado ao holandês : não participará, boicotará-lo e, claro, não reconhecerá nem acatará a nenhuma de suas resoluções.
Russo é fodão, é macho de respeito, com o que é deles, ninguém se mete, são lobos das estepes, são cossacos de coração de iceberg e sangue de vodka. E, repito, estão certíssimos : prisão com trabalhos forçados para o pessoal do Greenpeace.
Ouvi a fala de um advogado brasileiro do Greenpeace. Aquela mesma lenga-lenga de sempre, aquele mesmo discurso vazio, canalha e tendencioso sobre os tais direitos humanos. Só que essa putaria também não cola lá na Rússia.
Na Rússia, só os humanos que se portam decentemente para com os outros humanos é que têm "direitos humanos", ou seja, só os que obedecem à lei é que também usufruem da proteção dela. Feriu a lei, perdeu os "direitos humanos", perdeu, inclusive e muito justamente, o direito de ser humano. 
Disse o advogado que, se condenada e recolhida à prisão, Ana Paula Maciel ficaria submetida às rigorosas temperaturas do inverno russo, de 30ºC negativos para baixo, o que é desumano. Ô, dó.
A brasileira e os outros ativistas deveriam ser jogados na gelada Sibéria só com as roupas de baixo, só para vermos até quando sustentariam seus ideais ecológicos. Deveriam ser jogados seminus na tundra , só para vermos quanto tempo eles levariam para se lançar sobre uma rena, matá-la a pauladas e dentadas, refestelarem-se em sua carne crua, sangrenta, e fazerem um belo casaco com a pele dela para se aquecerem.
Seria um reality show interessante, ver ruir tamanhos amor à natureza e pureza de princípios. Eu assistiria.
Torço pela condenação deles, de todos os trinta.
No cartaz, a moça ainda tenta ser irônica, tenta fazer gracinha : I love Russia but let me go home - Eu amo a Rússia, mas deixem-me voltar para casa;
No rosto : um sorrisinho sardônico, petulante, bem próprio de quem se acha superior, acima da lei, típico de quem sempre contou com a impunidade.
Go home... tá parecendo o retardado do ET. ET fone home...
Mas com os conterrâneos de Putin a coisa será diferente. Gulag nela, russos!

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1 Comentários

  1. Plenamente de acordo! Azarão, você bem que poderia fazer um texto sobre os cães utilizados pelo Instituto Royal. Soube que alguns cães "resgatados" já foram abandonados... Também imagino que aquela turma de invasores curta um belo boi na brasa e comidas afins, rsrsrs... O brasileiro tem andado na contramão da história. Tudo leva a crer que por aqui uma criança tem menos valor que um Beagle. Cedo ou tarde vamos pagar um preço caro por tudo isso, por enquanto só estamos amortizando os juros. Abrax

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