Humassexual (Ou : Era Só Disso Que o Mundo Estava Precisando, De Um Novo Tipo de Viado)

O cenário pop dos anos 80 foi, desgraçadamente, marcado por uma profusão de bandas inglesas, fenômeno que a grande e idiota mídia chamou de a Invasão Britânica.
Mesmo eu que sou xenófobo em relação à música não conseguia escapar delas, mesmo eu que mudava automaticamente de estação sempre que alguma delas começava a tocar, lembro de vários nomes : Duran Duran, Culture Club (do viadíssimo Boy George), Spandau Ballet, The Cure, Pet Shop Boys, The Smiths.
A música dessas bandas inglesas era uma merda, mas muito mais do que música, essas bandas eram especialistas em produzir outro artigo muito consumido e benquisto pela mídia : viados. Não tinha uma que se salvasse. Não havia uma única que não tivesse pelo menos uma bichona em sua formação.
Como o tempo a tudo remedia e cura, como não há bem que dure nem mal que sempre perdure, a era das bandas inglesas acabou. Porém, seus remanescentes, hoje senhoras comportadas e discretas, volta e meia, com saudades dos tempos em que eram jovens gazelas saltitantes, voltam a dar as caras no show business.
Ainda que não seja, felizmente, com uma nova reunião de suas finadas bandas, o chamado revival - revival...querem coisa mais de bicha? -, eles arrumam uma maneira de voltar.
Mesmo que não através da exumação dos cádaveres de suas bandas, eles encontram um jeito de retornar à triste e descerebrada cena pop.
O cantor Morrissey, ex-líder dos Smiths, lança sua autobiografia e presenteia o mundo com uma nova espécie de viado, mais uma espécie cervídea a engrossar um dos que hoje já se constitui em um dos maiores gêneros zoológicos da natureza : o Homo baitollus.
Morrisey assume alguns relacionamentos que teve com homens e diz que não sentia atração por garotas em sua adolescência. As garotas se sentiam atraídas por ele, porém, palavras do próprio Morrisey, nada de "eletrizante" aconteceu. O primeiro relacionamento sério do cantor se deu aos 35 anos, com o fotógrafo Jake Owen Walters.
Até aí, tudo bem. Cada um dá o que gosta e o que é seu, ninguém tem que ser fiscal do cu de ninguém. Mas simplesmente revelar que tem a rosca espanada, fato tão banal e corriqueiro nos dias de hoje, não daria a Morrissey a projeção pretendida, não atrairia os holofotes da mídia para a sua chocha biografia.
Morrissey percebeu que teria que inovar, que introduzir (literalmente) uma originalidade ao assunto, apresentar algum tipo de ineditismo no tão explorado filão da argola piscante.
E foi o que ele fez : "Infelizmente, não sou homossexual. Tecnicamente, sou humassexual. Sinto atração por humanos. Mas, claro...nem todos." 
Sim, claro, nem por todos, só pelos que têm uma benga pendurada no entrepernas.
Pãããããta que o pariu!!! O cara diz que já teve sérios relacionamentos com outros homens e que não sente tesão por xana, e não é viado?!?!?!?!? Como é que é isso?
Primeiro teve o andrógino - aquela coisa de aparência indefinida, dúbia, anfíbia, mesmo -,  depois o bissexual - o cara que diz não dispensar uma caranguejeira, mas que também curte rebolar numa vara de vez em quando -, atualmente há o metrossexual, que diz que é macho, mas que se depila, faz limpeza de pele, tira as sobrancelhas e disputa a tapas os cremes faciais com sua namorada.
E agora, isso : o humassexual, o que gosta de humanos. Grande sacada da bichana Morrissey, devo admitir.
Você dá o cu? Dou! Você faz uma gulosa numa pica? Faço, chupo até as bolas! Você lambe uma xana? Tenho nojo! Então, você é viado. Não, sou humassexual. 
Brilhante, esse Morrissey.
Não sei se há um lado bom nessa nova classificação zoológica de Morrissey, mas que há um aspecto de grande praticidade, isso há.
Quando a viadada começou a se organizar para pleitear seus direitos, uniu-se sob a sigla GLS, gays, lésbicas e simpatizantes (aquele que não é viado, mas acha o viado simpatiquinho, jeitoso). Com o tempo, tantas foram as variantes surgidas que a sigla teve de ser significativamente ampliada, hoje é ABGLT, Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. 
E a coisa segue se alastrando, daqui a pouco serão tantas as variantes que não haverá letras no alfabeto para atendê-las; será necessário recorrer ao alfabeto grego, quiçá ao cirílico.
Pois agora Morrissey resolveu o problema. Que caiam todos os Gs, os Ls, os Ss, Ts etc. 
Doravante a nova taxonomia de Morrissey reduzirá tudo a um único denominador comum, tornará tudo mais simples e, ao mesmo tempo, mais abrangente. Não importa a tribo a que pertençam, não importa como se autodefinam, doravante todos os que gostam de morder a fronha e de beijar para trás serão agregados sob uma única égide : a APH, a Associação Planetária dos Humassexuais. E fim de papo.
E assim seguem os tempos. E assim caminha a humanidade. Ou seja, de ré. Dando ré. Ré no quibe.
Foto da capa do livro "Autobiography", de Morrissey. E não é que ele tem mesmo a maior cara de humassexual?

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4 Comentários

  1. O que esperar de um mundo em que a Cláudia Ohana se depila e a Angelina Jolie arranca os peitos? Marés de absurdo! Ondas de falta de sentido!

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    1. Realmente...
      Ainda a Jolie, devemos dar um desconto, ela tinha uma probabilidade altíssiima de desenvolver um câncer dos mais agressivos, com a cirurgia ela reduziu essa chance.
      Já a Cláudia Ohana, não tem desculpa, é uma grande traidora do movimento em prol do reflorestamento do planeta.
      Em breve, no primeiro dia do mês, postarei a minha última elegia a ela.

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  2. Dois pontos importantes: 1) quem quer dar a bunda, que o faça igual homem. Pra que essa desmunhecação? 2) dêem o que quiserem. Só não queriam dar o meu...

    Agora, sim, postagem no lugar certo.

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    1. Sim,a postagem está no lugar certo,mas ainda tô achando meio estranha essa sua afirmação : quem quer dar a bunda, que o faça igual homem.
      Igual homem?

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