Aos Que Votaram em Lula (12), Ou, a Volta da PresidAnta

Vós, que votastes em Lula, mereceis mais, muito mais que a simples sensação do dever cívico cumprido. Muito mais que o sono tranquilo proporcionado pela consciência limpa em terdes escolhido o melhor para o nosso país. Só isso é muito pouco para vós, chega a ser ingratidão.

Vós, que ajudastes a erigir o III Reich de Lula, mereceis um generoso bônus, uma polpuda gratificação.

Afinal, vós livrastes o país de um neofascismo, de uma extrema ditadura, na qual, estranhamente, nunca foi sequer cogitado o controle das mídias ou qualquer "regulação" de veículos de informação, e nos devolvestes a real democracia, na qual a principal pauta é justamente amordaçar todo e qualquer canal divergente do poder posto, não foi isso que fizestes?

Afinal, vós erradicastes o desmatamento, as queimadas (as naturais, inclusive) e os garimpos ilegais de nossos virgens e intocados biomas, estupros ecológicos nunca dantes vistos ou registrados antes do governo Bolsonaro, certo?

Afinal, vós revertestes toda a fome, a miséria e a vagabundagem de nossa triste pátria, uma Suíça, antes de Bolsonaro, não é mesmo?

Vós, que votastes em Lula, mereceis um reconhecimento oficial.

E ele vos chegou. E ele vos foi concedido. Na figura de um ente quase que mítico, e também muito estimado por vós. A mulher que irá resgatar a boa imagem do Brasil no exterior, tão desgastada e desacreditada, segundo William Bonner e o pessoal da Globo News, pelo governo do Mito. Ela, meus caros, a primeira e única (ainda bem), Dilma Rousseff, a presidanta. A maior anta que já pastou pelo verde de nossa bandeira. 

Ela voltou, a anta voltou novamente, partiu e nos deixou tão contente, por que razão quis voltar? 

O que sei é que sei lá por quais maracutaias, conchavos, trocas de favores, favorecimentos ilícitos e bilhões de pixulecos, Dilma Rousseff foi alçada à presidanta do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, bloco econômico formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Em seu discurso de posse, que talvez fosse melhor chamarmos de seu stand-up de posse, Dilma Rousseff cometeu o que, para ela, é sua condição normal, mas que, para qualquer outro ser vivente, é considerado uma tremenda duma gafe.

Na verdade, o PT não erra, não comete gafes, não profere falas preconceituosas : comete deslizes, tem falas infelizes, não é isso?

Dilma se referiu ao banco do qual assumiu a presidência como "uma organização para países do Sul", do hemisfério sul. Sendo que três dos cinco integrantes, China, Rússia e Índia, localizam-se no hemisféiro norte do globo terrestre, coisa que qualquer professor de geografia mequetrefe esquerdista sabe.

Alertada, talvez, do escorregão por algum acessor, Dilma Rousseff se recompôs. Com todo o jogo de sua butijônica cintura e com a clareza, coesão e coerência que Lênin e Marx lhe deram, Dilma se redimiu, reparou e desfez o equívoco, impedindo qualquer desconforto diplomático entre os países, evitando, assim, quiçá, uma Guerra da Ucrânia em terras tupiniquins.

Corrigiu-se com maestria, a oradora Dilma, a Cícera brasileira, o Barão do Rio Branco de saias. Disse Dilma, esclarecendo tudo :

 

"A sua fundação, além de um acontecimento histórico, foi uma demonstração da importância de estabelecer uma estratégia e uma parceria, compartilhando as necessidades do, dos, desses países do Sul, do Sul global. Ou seja, do Sul, que é esse, esse Sul que quer emergir e que conta também com países do Norte, e com o multilateralismo".

 

Sul global... multilateralismo... É a volta da embaixadora brasileira dos memes no exterior!!!

É esse tipo de gente que vai melhorar a imagem do Brasil no exterior?

Vós, que votastes em Lula, não bastásseis ter votado no maior ladrão de toda a nossa História, superando em números atualizados até mesmo a Coroa Portuguesa, vós não votastes apenas em Lula, votastes pela volta de toda essa corja, de toda a quadrilha.

Por isso, a minha deferência a vós. Por isso, o uso do plural majestático quando a vós me refiro e me dirijo. Por isso, o meu agradecimento e minha eterna gratidão.