Ela Disse Que Me Chamaria Para Um Oba-Oba e Zarpou em Seu Carro Branco

Ela me vê
E me chama
Quase passa com a roda do carro
Em cima do meu pé
À entrada do estacionamento do supermercado.

Ela
Saindo com seu carro
Passando pela cancela automática;
Eu
Entrando pela passagem
Expressamente proibida a pedestres.

- Passeando um pouco? - pergunta ela.
-Só comprando umas latas de cerveja, pra passar a noite, normal - digo, mostrando minha sacola retornável como prova e/ou reforço do que acabara de dizer.
(Uso sacolas retornáveis, mas não sou nenhum desses ecologistas bicholas, elas só são mesmo práticas).
- Daqui a pouco, a fulana vai lá pra casa, vamos fazer um comes e bebes - diz ela -, se você fosse solteiro, eu te chamaria pra ir com a gente, fazer um oba-oba.
- Seria bom - digo eu, com meu semblante animado de sempre.
Ela zarpa em seu carro branco
E eu subo a rampa de acesso ao supermercado
Pensando em se ela realmente me chamaria pra um oba-oba com a amiga
Caso eu fosse solteiro.
E a saber, também, que tal pensamento me acompanhará pela noite afora e adentro
E resolvo trocar as latas de cerveja
Por um litro de vodka.

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