É
o Azarão ainda no clima do Dia Internacional da Mulher, trazendo
conselhos e recomendações para a máxima criação da evolução : a mulher.
A
mulher é o ápice da criação, o pináculo que a evolução podia alcançar
nesse planetinha perdido no Universo. A mulher é o homem com peitos e
sem pinto. Dá pra criar coisa melhor?
Poucas
coisas são mais inspiradoras, mais idílicas, mais dignas de reverente
contemplação do que uma mulher. Peladinha, peitos levemente abaulados
pela juíza força da gravidade, um anúncio de barriguinha a tornar mais
fundo e confortável o umbigo, peluda em suas intimidades - que o negócio é a caranguejeira, nada dessas coisas raspadas que parecem
bonecas de plástico -, de olhos fechados, absorta em seu mundo, a se
masturbar. A se tocar só onde ela sabe que lhe dá mais prazer, a
experimentar os dedos encharcados de suas necessidades.
E
uma boa siririca faz um bem danado à mulher. E por que seria diferente?
A punheta não satisfaz e apazigua a homarada? Pois então.
Acontece
que mulher é mais recatada, mais pudica. Ainda que o faça, não sai por
aí, feito o homem, dizendo se tocou três ou quatro siriricas no dia. E
quando digo mulher, eu que sou das antigas, estou desconsiderando
algumas classificações do que hoje se considera o sexo frágil :
periguetes, cachorras, bandidas, poderosas etc, que isso nem dá pra
levar em conta, que isso, num passado não muito distante, tinha um
só nome : puta. E nem aparecia na televisão. Se
quiséssemos ver, era só na casa da luz vermelha.
Digo
da mulher normal, que trabalha, que é esposa, mãe responsável. Essas, a
grande maioria, ainda tem medo de se autoestimular. Besteira. Faz um
bem danado, minhas filhas. E não precisam acreditar em mim, não.
Os dados que apresentarei são do blog Tempo de Mulher, da jornalista Ana Paula Padrão.
Ana Paula Padrão... ah, a Ana Paula Padrão.
Só
fazendo um parênteses, dando um espaço a uma reminiscência - que é
quase só da memória que um velho vive -, antigamente, quando eu era
solteiro, isso lá no século XX, eu chegava em casa tarde da noite,
trabalhava até tarde. Chegava, tomava um banhão, pegava da cerveja já
gelada no congelador e me ajeitava no sofá para meu programa de fim de
noite : ver o Jornal da Globo, com Ana Paula Padrão.
Eu nunca gostei muito de ver jornal na TV, sempre preferi o papel,
mas tinha a Ana Paula... Aí, o papel que se foda; aí, o papel que se
destine a limpar bundas.
Todas
as noites, das 23:30 às 00 :10 h, eu tinha um encontro com a Ana Paula
Padrão. Foram anos de boa convivência. Nunca tivemos sequer uma
discussão. Concordava com tudo o que ela dizia, com seus cabelos pretos,
curtos e lisos, com sua tez pálida, com suas olheiras sensuais. Depois,
ela saiu do JG, foi pro SBT, pra Record, sei lá. Hoje, acho que nem
está mais na TV.
É
do blog dela, hospedado no msn.com, que vêm os dados científicos para a
mulherada perder o medo e, principalmente, a culpa pela siririca.
"Para se ter uma ideia, 6% das mulheres afirmam que se masturbam com frequência de duas a três vezes por semana.
O dado é da pesquisa "Mosaico Brasil", coordenada pela sexóloga Carmita
Abdo, que também é psiquiatra e professora da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP) e fundadora e coordenadora do Programa
de Estudos em Sexualidade (ProSex) da USP. O estudo foi divulgado em
2009, mas ainda é um dos mais completos sobre a sexualidade dos
brasileiros."
Seis
por cento? Seis por cento até pode ser um número bom para a inflação
anual no país, mas para siririqueiras de nosso Brasil varonil é muito
baixo.
"Outra pesquisa revelou que 28% das mulheres chegam mais facilmente ao orgasmo quando se masturbam.
A pesquisa "Durex Global Survey Sex", divulgada em 2014 com a chancela
de Carmita Abdo, entrevistou 1.004 homens e mulheres brasileiros, entre
18 e 65 anos. "Conhecendo mais o seu corpo, elas acabam tendo
mais facilidade, tanto na masturbação quanto na parceria sexual",
analisou a psiquiatra durante o lançamento da pesquisa.
E
precisava pesquisa para constatar isso? Nutre imenso respeito
pela ciência, mas acho que tem pesquisador que vive na vida mansa, que
recebe verba pra pesquisar e não tem mais o quê. O cara fica pensando : o
big bang já foi postulado, o genoma humano, mapeado, o viagra, desenvolvido..., procurar por mais o quê? Então, o sujeito, para
justificar as verbas que recebe, se mete em pesquisas que comprovem o
óbvio, em pesquisas que não têm como dar xabu. Como essa, por exemplo.
Claro que quem se masturba, goza mais fácil. Claro que quem mantém o
equipamento azeitado, obtém dele um desempenho melhor.
"Fatores como a repressão ou educação sexual que algumas
mulheres tiveram ou têm, ou mesmo a falta de comunicação dos pais sobre
o assunto, estimularam a ausência de conversa sobre masturbação. A sexóloga e personal Sexy, Karina Brum,
está acostumada a atender mulheres que não falam, literalmente, sobre
masturbação e sexo porque foram criadas de maneira "mais fechada".
Personal sexy? Que profissãozinha mais boa, hein, minha filha? E eu aqui, professor há quase vinte anos.
"Para Regina Racco, colunista de amor e sexo do Tempo de Mulher
e professora de Ginástica Íntima, a masturbação feminina é importante
demais para a mulher. Isso porque, sem a prática, dificilmente ela
alcançará boa compreensão dos seus pontos de prazer e, consequentemente, terá uma boa resposta sexual."
Professora
de Ginástica Íntima? Isso sim é livre docência. E não dar aulas de
matemática, física ou biologia. Tem um pessoal que tem as manhas, que
sabe ganhar dinheiro fácil.
Regina
Racco, a professora de ginástica íntima, sabe do que fala, é
catedrática, é autora do livro "O livro de Ouro do Pomporaismo";
pompoarismo é aquela técnica de musculação da buceta que ensina a mulher
a arrancar prego de uma tábua com a xavasca.
"Gosto de dizer que a masturbação feminina auxilia nos exercícios dos músculos vaginais,
o que favorece a produção das secreções (lubrificação). Estas que são
tão importantes para manter nossa região íntima segura e protegida. Fora
que o hábito 'masturbatório' torna a saúde das genitálias mais 'viva',"
explica a personal sexy Karina Brum. Ela
recomenda sempre ter ao alcance das mãos um bom lubrificante, de
preferência, para usar na masturbação. Pode ser algo à base de silicone
que vai permitir movimentos ágeis, macios e com maior sensibilidade ao
toque. "Reforçando: você pode melhorar tudo! Experimente utilizar uma
dedeira vibratória ou uma luva de silicone texturizada. Assim, as
manobras 'masturbatórias' vão fazer você ir ao paraíso", completa a
personal sexy."
Não
tenho a erudição científica dos pesquisadores, nem o conhecimento
fisioterápico das personal trainners de buceta citadas, mas também quero
dar minha contribuição à mulherada, em gratidão a tudo de bom que já
tive com elas : além da dedeira vibratória, da luva de silicone
texturizada (alguém entendeu mesmo o que é isso?), dos lubrificantes,
dos consolos etc, procurem também por uma rola, arrumem um caralhão de respeito, que, no fim das contas, é o que resolve.
Mas enquanto não encontram um homem para chamar de seu : masturbem-se, meninas, masturbem-se.
Façam como a mulher da letra da canção "Essa mulher", de Arnaldo Antunes
Essa Mulher
(Arnaldo Antunes)
Ela quer viver sozinha
sem a sua companhia
e você ainda quer essa mulher.
sem a sua companhia
e você ainda quer essa mulher.
Ela goza com o sabonete
não precisa de você
Ela goza com a mão
não precisa do seu pau
não precisa de você
Ela goza com a mão
não precisa do seu pau
Ela quer viver sozinha
sem a sua companhia
e você ainda quer essa mulher
sem a sua companhia
e você ainda quer essa mulher
Que não sente a sua falta
e quando você chega em casa ela não sente a sua presença
ela tem um travesseiro mais macio do que o seu braço
e um acolchoado muito mais quente que o seu abraço
e quando você chega em casa ela não sente a sua presença
ela tem um travesseiro mais macio do que o seu braço
e um acolchoado muito mais quente que o seu abraço
Ela quer viver sozinha
sem a sua companhia
e você ainda quer essa mulher
sem a sua companhia
e você ainda quer essa mulher
Em
tempo : aos que, como eu, consideram-se órfãos da Ana Paula Padrão, uma
foto da musa, para matar as saudades, ou para atiçá-las ainda mais.
E quando, ao final do jornal, ela se despedia? E quando ela dizia : Boa-noite? Eu respondia, boa-noite, gostosa!
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