João Baptista Figueiredo e a Copa do Mundo de 1986

Durante a chamada ditadura militar brasileira, período de nossa história compreendido entre 1964 e 1985, muitas coisas eram ditas sobre os militares que comandavam a nação. Basicamente que militar era burro, desprovido de qualquer inteligência, em suma, umas cavalgaduras, e que os militares queriam destruir o país, acabar com a educação, saúde, que não tinham qualquer espécie de preocupação social etc.

Sobre a primeira afirmação existia, inclusive, uma profusão de piadas. Perguntavam, qual é o menor pasto do mundo? É a farda, porque só cabe um burro. Diziam que fora criada uma maneira científica de medir a inteligência com precisão, e a unidade de medida era o TAR, daí os fardados de verde-oliva serem graduados em miliTAR. Apesar de também rir das piadas, nunca acreditei na burrice dos militares. Muito pelo contrário. Na época, eu um pré-vestibulando, os alunos dos colégios militares eram os que melhor se classificavam nos vestibulares mais concorridos do país. E isso se mantém até hoje, os colégios militares são os que alcançam as melhores médias, por exemplo, em provas como o ENEM. Não bastasse, são os militares que ainda formam os engenheiros mais capacitados e conceituados do país, vide IME e ITA.

Em relação à segunda afirmação, a de que queriam acabar com a nação, massacrar a população, confesso, um pouco envergonhado, que acreditava nela à época, desinformado que eu era e influenciado por professores metidos a comunistas.

Por acaso a saúde e a educação melhoraram com a saída dos militares e o retorno da "democracia"? Começou a aparecer dinheiro para a educação e a saúde? Começou foi a aparecer muito dinheiro em cuecas de políticos, isso sim. Nunca ouvi dizer de um general que tivesse enriquecido às custas do dinheiro público, nunca dizer de um militar que tivesse sido pego com dinheiro escondido nos coturnos. Mas, na democracia, o que falta para a educação e para a saúde sobra para a construção de estádios de futebol.

Será essa a ideia de preocupação social de nossa democracia, sediar uma vergonhosa e fraudulenta Copa do Mundo de Futebol?

Comparemos o que vemos hoje em relação a esse assunto com a atitude tomada, em 1983, pelo então Presidente João Baptista Figueiredo. A notíca que reproduzo abaixo foi publicada no Jornal Zero Hora.
"Governo Brasileiro Veta a Copa do Mundo"
O Presidente João Figueiredo negou, ontem, aval do governo federal para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pleitear junto à FIFA que o Brasil seja a sede da Copa do Mundo de 1986. A decisão foi tomada depois de reunião com ministros e anunciada pelo porta-voz Carlos Átila. A crise econômica, que recomenda "irrestrita austeridade", segundo o despacho, foi um dos fatores para a decisão.
O Havelange ofereceu a Copa do Mundo no Brasil e o presidente Figueiredo lhe respondeu : Você conhece uma favela do Rio de Janeiro? Você já viu a seca do nordeste? E você acha que eu vou gastar dinheiro com estádio de futebol?

Demagogia. Pura demagogia, diriam os eternos opositores dos militares, os órfãos e as viúvas do sonho comunista da instalação da ditadura do proletariado em terras brasileiras. Diriam que Figueiredo nunca teve real preocupação com as favelas ou com a seca nordestina, que usou dessa falsa preocupação como forma de não assumir o compromisso de uma Copa do Mundo e, ainda por cima, sair-se de bonzinho, mostrar-se possuidor de uma consciência social. Pode ser... Não vou dizer que não. Todo discurso de político, seja ele civil ou militar, tem muito de demagógico.
Agora, que atitude é a mais demagógica? Figueiredo fingir preocupação com as misérias do país e, no fim das contas, não ter mesmo gasto bilhões de dinheiro público num evento inútil, numa palhaçada, ou a Dilma gastar bilhões em estádios para dar ao brasileiro a ilusão de que ele é campeão mundial em algo e fazer ele se esquecer dos serviços públicos de qualidade que lhe são devidos, porém, que lhe são negados, subtraídos?
Quem demonstra maior burrice? Menor preocupação social?

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2 Comentários

  1. Eu gostava daquele programa de televisão que passava na Globo, se chama "O Povo e o Preseidente", com o Figueiredo. Éramos felizes e não sabíamos.

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  2. PROFESSORES E FORÇAS ARMADAS SÃO TUDO DE BOM PARA UMA NAÇÃO.
    O BRASIL ESTÁ PRECISANDO DE VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES E DAS FORÇAS ARMADAS PARA VOLTAR A CRESCER CINQUENTA ANOS EM, APENAS, CINCO ANOS – COMO OCORREU NO GOVERNO DOS MILITARES. É UM FATO.
    AGORA EU AFIRMO QUE ERA GOVERNO MILITAR; NÃO DITADURA MILITAR COMO MAL INTENCIONADOS AFIRMAM E DESINFORMADOS ACREDITAM.

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