Canção da Despedida

- Adeus! - Ela, sempre dada aos melodramas, aos exageros, ao falar e ao gesticular como vivesse livre no centro de um teatro de arena grego, sempe ávida por uma plateia.
- Até mais. - Ele, sempre dado a diques, ao minimalismo, ao falar sem gesticular, contido, porém, cortante, de defesa, como vivesse acuado no centro de um coliseu, sempre ávido em se isolar do bando.
- Adeus! - insiste Ela, talvez triste, talvez eufórica, talvez aliviada, talvez esperançosa.
- Até mais. - apenas repete Ele, talvez nada, sem insistência nem provocações nem ironias; só a constatar e a saber de longa data que o ranço e o azedume mal resolvidos não se dissolvem - tampouco se tornam palatáveis - com viagens para terras distantes, afastamentos, abduções alienígenas ou períodos de coma induzido.
Para ouvir Canção da Despedida, de Leoni, é só clicar aqui, no meu poderoso, embora cansado, MARRETÃO.

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