41-Bis. Ou : Avião Dá Marcha à Ré?

E viva os 30 anos de esquerda no Brasil, desde o boca-murcha FHC! E viva a educação inclusiva! E viva a escola para todos, ops, para todes! E viva Paulo Freire! E vivam o ECA e a LDB! E viva a Progressão Continuada! E vivam o PT e a Pátria Educadora! E vivam as últimas colocações que nossa educação sempre alcança em exames internacionais de avaliação como o PISA e o TIMSS!
E viva a Jumentocracia, através da qual são outorgados todos os cargos, pastas e ministérios do governo Lula! 
 
Primeiro, foi o IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o qual eu tinha na mais alta conta, que lançou, há poucos meses, o mapa-múndi oficial, de forma invertida, com o Brasil no centro do mundo, ou seja, nossos nobres e gabaritadíssimos geógrafos e estatísticos colocaram o mundo de cabeça para baixo, literalmente. Funcionários e servidores do governo do amor, acostumados que estão com a total inversão dos valores, quiseram também inverter o globo terrestre, botar o mundo de ponta-cabeça, feito o Bostil
 
Agora, todo conhecimento, cultura e ilustração de nossos doutos governantes e representantes se voltam contra um dos maiores vultos de nossa História : Santos Dumont, o suposto inventor do avião, nosso Pai da Aviação. Suposto porque, há tempos, se desenrola uma inconclusiva e interminável polêmica a respeito da verdadeira paternidade do avião, se mesmo o brasileiro Santos Dumont, se os estadunidenses Irmãos Wright.
 
Resumindo, até porque não conheço picas sobre o assunto, em 1908, dois anos depois do voo do 14-bis, os irmãos Wright apareceram reivindicando terem batido asas em 1903, portanto três anos antes do voo histórico do brasileiro em torno da Torre Eiffel, em 12 de dezembro de 1906.
Primeiro ponto : o voo de Santos Dumont foi público, registrado, fotografado, publicado em jornais; os dos irmãos Wright, segundo os próprios, teve apenas cinco testemunhas, pois temiam que sua ideia fosse roubada antes de registrarem sua patente.
Segundo ponto : se verdade, os irmãos Wrights foram, de fato, os primeiros a voar num objeto mais pesado que o ar, porém, seu avião não possuía rodas, precisava ser catapultado ao longo de uma rampa para ascender aos ares, onde depois se mantinha por efeito de seu motor e de sua hélice; já o 14-bis decolou por conta própria, direto do solo, sem precisar de um impulso inicial.
E para mim, quem foi o real inventor do avião? Sinceramente? Que se fodam! Não gosto nem de ver esse bicho. Em poucos lugares, eu me sinto mais desconfortável que a bordo de um avião. E olha que existem muitos lugares em que eu me sinto desconfortável. Muitos.
 
Mas, enfim, não bastando essa desconfiança a respeito da paternidade de Santos Dumont, dele ser assim um tipo de corno, aquele que cria o filho de outro, a Agência Espacial Brasileira, pela qual a Nasa nutre profundas admiração e inveja, retratou o 14-bis em um selo comemorativo dos 152 anos de Santos Dumont, publicado no dia 20 de julho pela Empresa de Correios e Telégrafos, avacalhando ainda mais com a imagem do célebre inventor : assim como o IBGE fez com o mapa-mundí, a AEB fez com o 14-bis, inverteu sua estrutura.
 
 
Abaixo, para comparação, o verdadeiro 14-bis.
 

Pããããããta que o pariu!!!! Então, não é mais o 14-bis, é o 41-bis, o avião com a quinta marcha, a marcha à ré!!!!!
 
Vai ver, algum engenheiro aeroespacial, formado no ITA e tudo mais, deu uma olhada no 14-bis e pensou : "que porra de avião é esse em que o piloto senta de frente pra cauda e vai com a hélice na bunda? Esse Santos Dumont não entendia porra nenhuma de aerodinâmica, vou consertar a História". E inverteu o avião. Simples assim.
Ou seja, se nossos engenheiros aeroespaciais resolvessem criar uma réplica do 14-bis em homenagem a Santos Dumont e a porem em funcionamento, ela não voaria!!! Pãããããta que o pariu!!!!
Exagero meu? Porra nenhuma.
 
O 41-bis me remeteu imediatamente ao ano de 2000, ano da comemoração do quingentésimo ano do Descobrimento do Brasil. O ponto alto da celebração seria a navegação de uma réplica da Nau Capitânia da esquadra de Cabral, que cumpriria o trajeto simbólico de Salvador a Santa Cruz Cabrália, uma extensão marítima de aproximadamente 450 km. Pois mal zarpou, a Nau afundou. Soçobrou!
Hoje, se encontra exposta no Espaço Cultural da Marinha, na cidade do Rio de Janeiro. Virou peça de museu. Mais uma peça no Grande Museu da Vergonha Nacional.
 
Ou seja, se Portugal, em 1500, dispusesse de todo o conhecimento e tecnologias navais do Brasil, em 2000, Cabral nunca teria descoberto nossas índias. Valha-me Santa Escola de Sagres.
Não sei se o selo do 41-bis será tirado de circulação e substituído por um do 14-bis, mas o vexame já foi dado, o fiasco, perpetrado.
 
Uma sugestão minha é que o selo sirva para um antigo e famoso passatempo, o Jogo dos Sete Erros.
E o culpado pelo desastre? Quem era a intelijumência por detrás da IA que cunhou essa aberração?
Apurações para apontar o culpado serão abertas? Muito possivelmente, não.
Mas extraoficialmente, à boca pequena, pelos corredores da AEB e do Planalto, corre rumores de que o cérebro a fazer parceria com a IA foi o dela, o da eterna ex-presidanta, Dilma Rousseff, primeira e única e ainda bem.
Pãããããããta que o pariu!!!!!! 

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3 Comentários

  1. Uma pisada no tomate onacreditável! Se esse selo foi realmente lançado será objeto de colecionador (se ainda existirem filatelistas), ajudado pelo fato de que ninguém hoje escreve cartas. Estou pouco me lixando sobre a paternidade do avião, mas fico pensando que o primeiro avião decente criado pelo Santos Dumont foi Demoiselle, pois o 14 (ou 41) Bis era uma excrescência - apesar de toda a inovação tecnológica inventada por ele. E digo mais. Se ele inventou o avião, os irmãos Wright inventaram o avião comercial. Não me espantaria se eles tivessem usado as descobertas do Dumont nos outros aviões que desenvolveram. Para mim, se o romantismo do brasileiro tivesse prevalecido, não teríamos transporte aéreo. No máximo, alguns papagaios (pandorgas) motorizados. Também, quem mandou ele ser rico?

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  2. Que vergonha. Santos Dumont só se contorcendo na tumba.

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