Caffè Sospeso

Que te custa um café?
- perguntaste.
Não vou te morder
Nem quererei dar para ti
- asseguraste.

Mas que garantia posso dar 
De não me deixar canibalizar
Primeiro pela tua boca
Depois pela tua vulva dentada
Caso não consigas cumprir com tua promessa?
(Nós dois, mestres do autoengano que somos)

E, sim,
Não me custaria nada um café contigo,
Mas custaria-me
(de novo)
A alma.
E não tenho outra para dar em penhora ao Inferno,
Que não aceita renegociação de dívida,
Que não lavra segundas hipotecas.

Custaria-me a medula
Ter que voltar a te sublimar.

Bye, bye
So long
Very well,
Yrina.

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2 Comentários

  1. A arte da caneca ficou bacana. Um céu de van gogh mas que lembra a capa para Meia Noite em Paris. Belo poema. Abç

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  2. Um dos filmes do Woody Allen de que mais gosto.

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