Há! Há! Há! Tinha certeza de que alguém ia pensar nisso. Acho que esse desafortunado diria : um problema de cada vez, deixa primeiro eu resolver o de ser professor.
"até que lhe chegue a aposentadoria" Acho que estamos quase todos nessa. Com minha idade (40), ainda considerado "jovem", não sinto mais muita empolgação em me manter firme e forte na labuta diária. Hj, compreendo porque tantos colegas mais velhos se tornaram servidores "medianos" e até mesmo "ruins". Com o tempo, a gente percebe que não vale a pena ser acima de "mediano" do cumprimento de nosso sacrossanto dever!
Eu odiei cada dia dos onze anos trabalhados em uma empresa pública onde entrei quando tinha 47 anos. Quando a empresa divulgou um plano de demissão voluntária eu me inscrevi, dizendo que queria ser o primeiro do primeiro dia.Não sei se consegui, mas ficou perto. Por ser engenheiro em um país cujas oscilações da economia conseguiram quebrar a maioria das empresas e por estar tecnicamente desatualizado, optei por parar completamente. E nunca mais tive trabalho remunerado. Aos poucos, comecei a achar esquisito acordar e não ter nada para fazer que não fossem afazeres domésticos e idas aos supermercados. Virei o motorista de aplicativo da família. Até fiz uma piada sobre isso. Um dia encontrei com uma ex-colega que me disse estar na dúvida se aderia ou não a um novo PDV (fizeram vários). Com base em minha experiência pessoal, fiz três perguntas: - você gosta do que faz? - Você gosta do seu ambiente de trabalho? - Você gosta das pessoas com quem trabalha? Sua resposta às três perguntas foi “sim”. Disse então para ela nunca se aposentar, para morrer trabalhando, pois a aposentadoria é como o passeio de um astronauta fora da nave (que não está mais lá quando ele pensa em voltar). Ou seja, parece bom, mas é um tédio só.
Esse seu colega tem algum transtorno mental. Só pode. Para responder sim a todas as suas perguntas, ele trabalha onde?, na mansão das coelhinhas da Playboy ? Pelo que entendi, corrija-me se for o caso, você meio que decretou sua própria aposentadoria aos 58 anos, é isso?
Não era O colega, era A, embora suspeite que ela aprovasse a casa das coelhinhas. Eu me aposentei no INSS por tempo de contribuição em 2007, mas continuei a trabalhar na empresa pública que odiava até 2009, quando saiu o PDV. Aí me aposentei definitivamente.
As Boas e Baratas do Azarão. É só clicar na imagem.
AVISO AOS NAVEGANTES
O blog A Marreta do Azarão é uma obra de ficção. Os textos aqui publicados são exercícios de livre-pensamento. Melhor, são tentativas, experimentações de livre-pensamento. Bem-sucedidas, às vezes; malfadadas, quase sempre, como toda e qualquer experimentação, como toda e qualquer tentativa de romper e expandir com o estabelecido. Não querem, de forma alguma, os textos, se fazer passar por fatos, tampouco se colocarem ou se estabelecerem como verdades. São tão somente elocubrações de cunho jocoso, considerações irônicas acerca do comportamento humano. E não há distinção quanto ao tema ou ao assunto tratado, não há nenhum tipo de direcionamento : tudo aqui é posto sob a óptica da ironia; há muito de autoironia, inclusive. A ironia, segundo minha opinião - e você não é obrigado a compartilhar dela, aliás, nem espero que -, é a forma mais libertária de análise e pensamento, é a forma mais isenta de tentar entender a grande piada que é o mundo, e também a nós, seus personagens risíveis, que nos damos alta e indevida importância. Caso você seja um semiletrado, alguém sem grandes intimidades com a caneta, o que estou, basicamente, a dizer é que não há intenção de depreciar ou incitar violência contra quaisquer grupos ou segmentos sociais. Assim posto, se você é submisso à certezas preestabelecidas, se você é servo de convicções engessadas, lacaio de doutrinas pétreas, escravo de pragmatismos e dogmatismos - sejam de que ordem forem, políticos, religiosos, filosóficos, sociais, étnicos, sexuais etc -, seu lugar não é aqui. Há bilhões de outros endereços na internet que podem melhor lhe agradar, você não é obrigado a ficar por aqui. Se você está à procura de fatos e de "verdades" que confirmem e reconfortem sua visão tradicional do mundo, repito, seu lugar não é aqui; dirija-se ao site de algum jornal, ou revista semanal de variedades. Se ainda assim, se apesar deste aviso, deste esclarecimento, alguém se sentir ofendido ou vilipendiado por alguma postagem - o que, garanto, não é meu objetivo, lembre-se que nem lhe conheço -, o blog abre espaço para um direito de resposta, que deverá ser enviado através do campo de comentários do blog, na forma de um texto que conteste, que contradiga, que refute o que por mim foi escrito. O texto, caso o autor assim deseje, será publicado logo abaixo da postagem que o motivou a ser escrito. Artigo 5, inc. IX da Constituição Federal de 1988 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
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o que tem: naftalina uns gibis clássicos cartelas vazias de aspirina cartas e recados de amigos cartas e recados de "amigas" alguns vinis fotos bêbado com amigos bêbados fundo falso para revistas alternativas miniaturas de super-heróis em plástico monocromático tocos de lápis e canetas secas livros do Bukowski escritos inéditos bolhas de sabão rolhas de vinhos bebidos com pessoas especiais uma carcomida raquete de pingue-pongue supertrunfo um par de asas sem uso meia garrafa de rum Montila uma pequena Pandora a ser libertada
o que não tem: traças telefone celular CDs originais bíblia um exemplar do ECA simpatia pela burrice que gosta de ser moedas para o flanelinha fotos sóbrio com amigos sóbrios livros de autoajuda
6 Comentários
E o professor alcoólatra?
ResponderExcluirHá! Há! Há! Tinha certeza de que alguém ia pensar nisso.
ExcluirAcho que esse desafortunado diria : um problema de cada vez, deixa primeiro eu resolver o de ser professor.
"até que lhe chegue a aposentadoria"
ExcluirAcho que estamos quase todos nessa. Com minha idade (40), ainda considerado "jovem", não sinto mais muita empolgação em me manter firme e forte na labuta diária. Hj, compreendo porque tantos colegas mais velhos se tornaram servidores "medianos" e até mesmo "ruins". Com o tempo, a gente percebe que não vale a pena ser acima de "mediano" do cumprimento de nosso sacrossanto dever!
Eu odiei cada dia dos onze anos trabalhados em uma empresa pública onde entrei quando tinha 47 anos. Quando a empresa divulgou um plano de demissão voluntária eu me inscrevi, dizendo que queria ser o primeiro do primeiro dia.Não sei se consegui, mas ficou perto.
ResponderExcluirPor ser engenheiro em um país cujas oscilações da economia conseguiram quebrar a maioria das empresas e por estar tecnicamente desatualizado, optei por parar completamente. E nunca mais tive trabalho remunerado. Aos poucos, comecei a achar esquisito acordar e não ter nada para fazer que não fossem afazeres domésticos e idas aos supermercados. Virei o motorista de aplicativo da família. Até fiz uma piada sobre isso.
Um dia encontrei com uma ex-colega que me disse estar na dúvida se aderia ou não a um novo PDV (fizeram vários). Com base em minha experiência pessoal, fiz três perguntas:
- você gosta do que faz?
- Você gosta do seu ambiente de trabalho?
- Você gosta das pessoas com quem trabalha?
Sua resposta às três perguntas foi “sim”. Disse então para ela nunca se aposentar, para morrer trabalhando, pois a aposentadoria é como o passeio de um astronauta fora da nave (que não está mais lá quando ele pensa em voltar). Ou seja, parece bom, mas é um tédio só.
Esse seu colega tem algum transtorno mental. Só pode. Para responder sim a todas as suas perguntas, ele trabalha onde?, na mansão das coelhinhas da Playboy ?
ExcluirPelo que entendi, corrija-me se for o caso, você meio que decretou sua própria aposentadoria aos 58 anos, é isso?
Não era O colega, era A, embora suspeite que ela aprovasse a casa das coelhinhas. Eu me aposentei no INSS por tempo de contribuição em 2007, mas continuei a trabalhar na empresa pública que odiava até 2009, quando saiu o PDV. Aí me aposentei definitivamente.
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