Compatíveis

Eu te amo, caralho!!!! Tu sabes disso!!!

Eu te amo, caralho!!! Nem sei se eu queria tanto te.

Desculpe se achas (se ela se abate assim sobre ti) a minha forma de te amar, um veneno.

Se sim, se, de fato, um veneno, inoculo-o sem saber; 
Sem maldade, sem dolo, sem ser a intencional áspide que beija teus seios de Cleópatra (ô história das mais mal contadas).
Se sim, a te ofereço, a minha forma de te amar, a qual classificas como peçonha, não como uma execução, não como uma pena de morte, não como uma injeção letal.

Sim como um chá de cidreira com camomila, como um travesseiro de macela a te capturar bons sonhos.

Como uma chupada na tua buceta, como uma hemodiálise, a sugar e a cuspir das tuas entranhas as toxinas da tua tristeza, a te abortar das intempéries do dia, a te proporcionar uma pausa da vida, os necessários 15 minutos para um cafezinho na rotina, no expediente, no bater do cartão de ponto da desesperança.

Não pensava que te envenenava; sim que te nutria; que te aquecia.

Minhas palavras, a tua canja de galinha;
Minhas perversões, o teu tacacá.

Não pensava que te instilava veneno;
Sim que te transfundia meu sangue,
O único no planeta
Do mesmo tipo que o teu.

Não pensava que te mirrava,
Sim que te explodia o ventre de gozo.

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