Ontem, da esquerda para a direita, Francisco Buarque de Holanda, Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim e Marcus Vinícius de Moraes. Tempo em que só os fortes e talentosos sobreviviam e se sobressaíam. Em que música era coisa de maestro, e letra, de poeta.
Hoje, li a notícia agora, involuntariamente, é claro, Anitta, Nego do Borel e Wesley Safadão juntam suas terríveis forças para lançar o novo hit do verão, Você Partiu meu Coração. Eis o produto final e acabado da chamada democracia brasileira, do tempo do não-tempo.
O que só vem mais uma vez a confirmar que liberdade em excesso só faz mal pro ser humano. Liberdade plena nas questões dos direitos básicos, vitais e essenciais, sim, inquestionável; liberdade para fazer qualquer merda, não.
É como diz a célebre frase de Orson Welles, no filme "O Terceiro Homem", de Graham Greene : "Na Itália, por 30 anos,
sob os Bórgias, tiveram
guerra, terror, homicídio, sangue
e produziram Michelangelo, Leonardo da Vinci e o Renascimento.
Na Suíça, tiveram amor fraterno,
500 anos de democracia e paz e o
que produziram...? O relógio-cuco."
Traçando um paralelo à frase de Welles, o governo militar no Brasil, os chamados depreciativamente de Anos de Chumbo, produziu Tom Jobim, Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Edu Lobo, Baden Powell, Caetano Veloso, João Gilberto, a Tropicália e a Bossa Nova. A democracia brasileira, a começar pela nefanda constituinte do sr. Ulisses Guimarães, seguida pelo neoliberalismo de FHC e fechada com chave de bosta pelos 13 anos de governo do PT, produziu a total degradação da cultura popular e dos costumes, promoveu a baderna, a licenciosidade e a total subversão dos valores.
Chega de saudade é o caralho, Poetinha! Ela está cada vez maior!
2 Comentários
é, mas eu comeria a Anita com gosto e jamais o tom e o Vinícius.
ResponderExcluirtá querendo enganar a quem, viadão? você chuparia e sentaria era na rola preta do Nego do Borel.
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