Pequeno Conto Noturno

Madrugada, Rubens andava pelas ruas, 3 e meia da manhã, sem rumo. Sem rumo, mas sempre pelo mesmo caminho de quando se punha a andar, a espairecer.
"Ei, rapaz! Dou cinquenta reais pra chupar teu pau."
Rubens olha em direção à voz e a identifica saída de um carro parado ao meio-fio, vermelho, vidros escuros baixados até a metade.
"Olha minha senhora" - uma dona de seus 50 anos, ainda bem garbosa, maquiagem pesada, perfume doce e peitos inflados - "eu só saí para dar uma volta, não quero confusão..."
"DOU CINQUENTA REAIS PRA CHUPAR TEU PAU", a dona elevando a voz.
"Deixa disso, dona. Garanto que meu pau nem vale tanto."
"DOU CINQUENTA REAIS PRA CHUPAR TEU PAU", ainda mais alto, beirando ao escândalo.
Rubens entra no carro, temendo que algum morador próximo resolvesse chamar a polícia.
A dona põe a nota de cinquenta no painel, abre a braguilha de Rubens e abocanha.
Abocanha uma massa mole, borrachenta, que no mesmo estado permanece, alheia à dedicação da dona, que sabia muito bem do ofício.
"Essa porra não sobe ?!?!?!?!?!", fala com metade do pau na boca e torna a engolir tudo, com gana.
Rubens sente os dentes da dona a lacerar seu pau e lhe dá um tapão.
"ENFIM UMA ATITUDE DE MACHO!", urra a dona, transverberada de excitação e com o sangue do pau de Rubens a escorrer dos lábios.
Faz menção de abocanhar de novo. Rubens desfere outro tapa, outro, mais outro e um soco de mão fechada.
Nocauteia a dona.
Ele avisou que o pau dele não valia aquela grana.
Mesmo assim, pega a nota de cinquenta sobre o painel, guarda o pau ensanguentado e sai.
Os cinquenta reais cobrirão os gastos com mercurocromo e nebacetin.

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2 Comentários

  1. Rubens certamente era demissexual. Velha maluca.

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  2. Já fui abordado na rua, numa lanchonete tipo quiosque, por uma coroa me chamando para ir à casa dela. Poderia ser uma psicopata. Ou membro de seita. Mas, como bom morredor, fui mesmo assim. Ótima aventura...

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