Aos Que Votaram em Lula (37)

A pergunta que jamais morrerá : quem era mesmo o presidente com aspirações a ditador? Outra, igualmente sempiterna : quem era mesmo o presidente que estragou a imagem do Brasil no exterior?
Abaixo, um editorial do Estadão, que tem o seguinte cabeçalho : "Arrastado pelos ressentimentos antiocidentais de seu presidente, o Brasil abandona sua independência diplomática e seus valores democráticos para se alinhar ao eixo liderado por China, Rússia e Irã".  

Discordo do autor : Lula não abandonou seus "valores democráticos". Ele e a esquerda nunca os tiveram. De resto, concordo com todo o a seguir.

O Papelão que o Brasil Fez na ONU - um editorial do Estadão.

"Sob o governo Lula, o Brasil abandonou quaisquer vestígios de independência na polarização geopolítica entre o eixo autocrático sino-russo-iraniano e as democracias ocidentais. A Assembleia Geral da ONU explicitou esse alinhamento. Sua imagem mais reveladora foi o boicote da delegação brasileira ao discurso do premiê israelense, Benjamin Netanyahu. Enquanto isso, diplomatas brasileiros persuadiam países do “Sul Global” a apoiarem a proposta da China para a guerra na Ucrânia, que na prática equivale à rendição de Kiev aos agressores russos.

No discurso que a comitiva brasileira não ouviu, Netanyahu pode ser criticado por mais uma vez se esquivar de uma estratégia política para o futuro das relações entre Israel e Palestina. Dito isso, Israel vem sendo reprovado por “escalar” os conflitos no Oriente Médio,
mas a escalada começou há um ano, com o ataque do Hamas a Israel. Ato contínuo, outros grupos patrocinados pelo Irã iniciaram agressões, listadas por Netanyahu: mais de 8 mil foguetes lançados pelo Hezbollah, centenas de ataques com drones dos houthis do Iêmen, dezenas de ataques das milícias xiitas da Síria e Iraque, além das centenas de drones e mísseis lançados pelo próprio Irã. Ainda há mais de 100 reféns israelenses cativos do Hamas e mais de 60 mil israelenses evacuados em razão das agressões do Hezbollah.

Israel pode ter cometido excessos e crimes, mas
sua guerra é de defesa. Teerã e seus associados terroristas são uma ameaça não só para Israel, mas para as nações sunitas e as democracias do mundo. Ao retaliar suas agressões, Israel pode ter empregado meios eventualmente injustos, mas sua guerra, no geral, é justa. A guerra de agressão da Rússia, por outro lado, é injusta.

Mas o Brasil não protestou contra o discurso do presidente iraniano. Pelo contrário, na posse daquele presidente, o vice brasileiro, Geraldo Alckmin, foi brindado com um posto de “honra” ao lado de líderes terroristas do Hamas, do Hezbollah, da Jihad Islâmica e dos houthis. Tampouco o chanceler russo foi alvo de qualquer protesto na ONU, mesmo quando voltou a ameaçar o mundo com um conflito nuclear.

No afã de se justificar, o próprio presidente Lula da Silva
lançou mão de falsidades factuais, afirmando que Netanyahu e Vladimir Putin foram condenados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Mentira: a Corte emitiu ordem de prisão contra Putin pelo sequestro de crianças ucranianas, entre outros crimes; Netanyahu foi indiciado por acusações ainda não julgadas.

A falsa equivalência salta aos olhos
ante o tratamento seletivo de Lula. Desde que Lula foi reprovado pelo governo israelense por comparar as operações em Gaza ao Holocausto, o Brasil deslocou seu embaixador em Israel e adia sine die a indicação de outro, o que equivale a um rompimento diplomático de facto. Já com Moscou mantém intensas conversações e trabalha para ampliar a importação de insumos russos. Lula chegou a dizer que ignoraria o TPI e que Putin poderia visitar o Brasil impunemente. Advertido de que isso violaria a Constituição, recuou, mas encaminhou uma carta à ONU buscando imunidade para Putin.

Os mesmos pesos e medidas valem na América do Sul. Pretextando ofensas pessoais, Lula se recusa a conversar com o presidente da Argentina – principal parceira comercial e geopolítica do Brasil na região.
Mas quando se trata do peão sino-russo, a Venezuela, mesmo com os calotes, descumprimentos de pactos patrocinados pelo Brasil, ameaças de invasão a um vizinho, o roubo das eleições, a criminalização da oposição e até as chacotas de Nicolás Maduro com o próprio Lula, o presidente continua a sustentar a perspectiva farsesca de mediar negociações entre governo e oposição. A Venezuela não foi citada uma só vez por Lula na ONU.

O Brasil não precisaria se alinhar aos objetivos geoestratégicos de Pequim para continuar exportando commodities para a China. Mas o rancor antiocidental de
Lula não só solapa valores comuns e desmoraliza a diplomacia brasileira, como põe em risco a importação de tecnologias críticas, a começar pelas que sustentam o arsenal militar nacional. Não há pragmatismo que justifique esse alinhamento. É pura ideologia, e da pior qualidade."
 
Transbordando de orgulho cívico pelo canalha que elegeram, ó, jumentos, que votaram em Lula?
 

Postar um comentário

5 Comentários

  1. O pior de tudo que os EUA tem muita culpa disso. Quem mandou atores de holiudi dizer que Bolsonaro estava destruindo a Amazônia e seu serviço secreto dizer ao presidente para não questionar o resultado das eleições?

    ResponderExcluir
  2. Editorial irretocável. A questão palestina é de "fácil" resolução: é só os grupos extremistas querem destruir o Estado de Israel abandonarem o discurso de extermínio, baixarem as armas e sentarem para conversar, aí a coisa pode ter algum futuro.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exatamente.
      E Israel ou morre ou mata. A opção a ser escolhida é óbvia, não é?

      Excluir
  3. Confesso que não sou um grande conhecedor da situação Ucrânia-Rússia, mas a Rússia é um país "aliado" ao nosso, queiramos ou não. O capetão e o lulex fizeram a mesma coisa, ambos "defendendo sem defender" a Rússia e a opinião Chinesa na questão, em diferentes momentos e contextos, por suposto. Tanto é que o capetão foi lá na Rússia e ousou dizer que depois da sua chegada, "por acaso" a guerra teria parado. Uma grande piada. Mas que no discurso tentou mostrar que o Brasil tem o tal potencial de diálogo. E concordo com ambos: no nosso caso, é melhor apoiar quem nos quer em um bloco (que futuramente parece ser bem mais promissor que a tal OTAN em implosão. Me refiro ao BRICS). Ainda que momentaneamente não seja um bloco militar, o BRICS tem potencial de ser exatamente isso. Vide a inclusão parcial e ainda não redonda dos países Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã.
    Inclusive, a inclusão do Irã e do Egito, no ano anterior (coisa que o capetão não foi contra, apesar de seu discursinho pró-Israel que é só uma fábula de atração de voto da direita evangélica-trouxa que acha que Israel é evangélica e cristã [sim, muitos acreditam nisso]), marca o alicerce de apoio do Brasil aos países anti-Israel. Do meu ponto de vista, é uma posição correta.
    E foi um movimento antecipatório ao caos Irã-Israel, já óbvio. Os países que agora podem participar e participam do BRICS possuem banco próprio de desenvolvimento (alô Dilma), concentração do gás natural, do petróleo, do nióbio, além da maior exportação de alimentos do mundo. Sem BRICS, sem mundo. E é meio que necessário um contraponto ao grupo hegemônico da OTAN q

    ResponderExcluir
  4. No soy un analista político de lo que está pasando en Brasil y menos de lo que está pasando en el mundo. Por lo tanto, tengo cuatro argumentos para declarar: Lula es un burro (pero mejor que Cavalão), estoy a favor de Ucrania y estoy en contra de la visión religiosa de Israel, que lleva a grupos religiosos radicales a ocupar territorios palestinos para reconstruir la “prometida”. tierra". Y odio a los musulmanes. Y el baile continúa.

    ResponderExcluir