Reis Afogados

Seremos
De fato
Involuntários naufrágos?
Ou, sim, sirenas bipolares?

Queremos 
De fato
Abandonar nossas ilhas particulares,
De sortilégios, de caprichos,
De maquinações?

Nossas mensagens lançadas ao mar em garrafas vazias de rum
Serão mesmo gritos arrolhados de socorro,
Ou somente capítulos avulsos de nossa parca biografia,
Volumes mal encadernados de nossa pouca biblioteca?

Nossos cantos lançados ao mar em garrafões secos de bebida púrpura
- gravados em papiros, em folhas de bananeira, em curingas de baralho -
Serão mesmo uivos de S.O.S,
Ou brilhantes e esverdeadas pontas de icebergs,
Para afundar navios
E afogar reis?

Nossas garrafas serão mesmo pedidos de habeas corpus,
Ou chamarizes e arapucas
Para engaiolar veleiros
E mumificar reis em sarcófagos de formol?

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6 Comentários

  1. Isso me fez lembrar que se um dia eu pudesse encontrar o Hebert Vianna na certa eu perguntaria em que ele estava pensando quando escreveu "lanterna dos afogados". E em tempo: você joga xadrez?

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    1. Se um dia eu pudesse encontrar o Herbert Vianna, eu preferiria encontrar o Lobão, o Marcelo Nova, O Dinho Ouro Preto, o Ritchie, o Lulu Santos, o Evandro Mesquita, o Arnaldo Antunes, o Frejat, qualquer um menos esse puto desse mala.
      Mas, sim, concordo : Lanterna dos Afogados foi um raro momento de inspiração desse porra!
      E que história é essa de xadrez?

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    2. Talvez devesse saber que o rei afogado é uma jogada, na verdade um empate.

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    3. Bom, aí está a sua resposta : não entendo picas de xadrez!

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  2. "sERÁ, que é imaginação? Será, que vamos conseguir vencer? Será que é tudo isso em vão?"

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  3. Porra, Marreta, xadrez é foda, nunca é tarde para aprender, mas isso que o anônimo falou, é quando o adversário fica sem movimento legal, e sem estar em xeque, o jogo empata, é o chamado "afogamento de Rei".

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