Anteontem, na postagem Planeta Macho, dei um mergulho no túnel do tempo e falei de uma antiga campanha publicitária da cerveja Kaiser, que consistia de fotos de gostosas de biquínis estampadas na parte interna das tampinhas das garrafas.
Tempos que, provável e infelizmente, não voltam mais. Tempos em que propaganda de cerveja era sinônimo de mulher pelada, pois também eram tempos em que cerveja era bebida de macho das antigas, de pedreiro, de estivador, de mecânico de trator, de caminhoneiro de fenemê, e não de somelliers e de degustadores afrescalhados. Tempos em que o cara bebia cerveja para ficar bêbado e não para apreciar o bouquet, sentir o amargor equilibrado do lúpulo, o frutado do retrogosto e analisar com que comida este ou aquele tipo de cerveja harmoniza. Cerveja harmoniza é com chifre, ora, porra! Com dor de cotovelo! E, como saco vazio não para em pé, também com torresmo, panceta, ovo colorido e salsichão em conserva de boteco.
Tempos em que não existiam as porras dessas cervejas artesanais, em que ninguém sabia se a cerveja era pilsen, era lager, ou qualquer outra coisa. Cerveja era cerveja. O máximo de sofisticação, de gourmetização que havia era se a cerveja era da loira ou da preta. E pronto.
Aí, vem o meu amigo virtual Jotabê, o Matusalém do Blogson Crusoe, e me joga um balde de água fria, interrompe o meu devaneio, traz-me para os tristes dias atuais.
Comentou Jotabê na postagem : "Rapaz, isso é muito legal! Nunca jogue fora, pois é o tipo de coisa que
ninguém tem e que define uma época, uma cultura, etc. Não deixa de ser
divertido pensar que se existiu o baixinho da Kaiser, hoje existe o Lulu
da Itaipava. Que, como diria o Paulo Silvino, "é uma
bichona".
Na hora, não entendi picas. Quem era o tal Lulu da Itaipava? Não conhecia, nunca tinha ouvido falar e até tentei imaginar, mas não consegui tecer a menor ideia de quem pudesse ser. Eu assisto à televisão cada vez mais raramente; canal aberto, então, só se o médico receitar e a doença for muito grave, se for uma pneumoniazinha qualquer, eu nem sigo a prescrição.
Fui pesquisar e descobri que o tal Lulu da Itaipava era ninguém mais ninguém menos que o Lulu Santos. Pããããããta que o pariu!!!! Lulu Santos, o último romântico! Lulu, o roqueiro LGBT da terceira idade! Gosto pra caralho de um punhado de músicas do Lulu, gosto mesmo, e, além do quê, ele me parece ser um sujeito dos mais gente boa. Mas propaganda de cerveja? Como diziam antigamente : não orna.
É bem verdade que Lulu não está sozinho, conta com o auxílio luxuoso de Aline Riscado, a Verão da Itaipava. Quase que irreconhecível, a Verão. Onde foram parar as formas bem torneadas e roliças, para onde foram todas aquelas suculências e carnosidades da Verão de que me lembrava? Secaram. A moça tá com um físico de maratonista. Tristes tempos, tristes tempos.
Abaixo uma foto do Planeta (não tão) Macho, tirada pelo telescópio Hubble, da Nasa.
5 Comentários
Já que meu santo nome foi mais uma vez citado, preciso dizer que também gosto muito das músicas do Lulu Santos (pensei em dizer "pra caralho", as achei que poderia ser mal interpretado, ainda mais depois da tardia saída do armário do músico. Mas também não posso deixar de comentar que tem gente hoje que bebe cerveja para apreciar não o bouquet, mas o boquete. Eu, heim?
ResponderExcluirÉ verdade, meu caro, é verdade. Meu avô Pebim, que trabalhou como caldereiro da Antarctica em seus áureos tempos aqui em Ribeirão, se fosse vivo hoje, morreria de desgosto com essa modinha cervejeira de hoje.
ExcluirSão os "tempos modernos", pessoal. Coincidentemente (ou não), nome de uma das músicas do L.S.
ResponderExcluirCássio - Recife/PE
"Quem era o tal Lula da Itaipava?"
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkk, gosta tanto do barbudo assim?
Pãããããta que o pariu!!!! E não é que eu errei e pus mesmo Lula? Valeu pela correção, o erro já está reparado.
ExcluirAté porque o Lula não seria da Itaipava, seria da 51, da Pitu etc.